Câmara Hoje

O Inesc, Instituto de Estudos Socioeconômicos, apresentou uma pesquisa, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral, sobre o perfil das candidaturas nas eleições deste ano. Os números mostram que as mulheres, apesar de serem a maioria da população, são minoria entre os candidatos. O levantamento também aponta as desigualdades raciais e entre as faixas etárias. No próximo domingo, quase 26 mil candidatos disputam algum cargo eletivo.

Os jovens até 29 anos são mais da metade da população brasileira, mas representam apenas 6,8% das candidaturas para deputado estadual ou distrital, deputado federal, senador, governador e presidente da República. E as mulheres, que também são maioria na população, continuam sendo minoria nas candidaturas em todos os partidos, que somente cumprem as cotas de 30% previstas em lei. O estudo divulgado pelo INESC mostra que a situação é ainda mais grave quando se tratam de mulheres de cor negra, ou candidatos indígenas.

Os dados do TSE mostram que as candidaturas continuam sendo majoritariamente compostas por homens brancos, que representam 38,6% do total, seguida de homens pretos e pardos, com 30% das candidaturas. Em seguida aparecem as mulheres brancas, que representam 16,5% , e as mulheres negras, que são 14,2% do total de candidatos. Mas a pior situação é a da população indígena. Do toal de 25.919 candidatos, apenas 83 se declararam indíos. Para a líder Guajajara, desse total de candidatos indígenas, poucos serão eleitos.

Segundo Paula Balduíno, representante do movimento negro, os partidos políticos precisam olhar com atenção para esses números, pois para ela o sistema político brasileiro não reflete a pluralidade da população brasileira.

Para o diretor do INESC, o Congresso Nacional precisa aprovar uma refroma política ampla, que acabe com o financiamento privado de campanhas e torne menos desigual a disputa por uma vaga no Poder Legislativo.