18/09/2014

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Brasil lidera uso de agrotóxicos em todo o mundo

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. O número de trabalhadores nas produções agrícolas com intoxicações agudas dobrou num período de cinco anos. O tema tem preocupado deputados ligados ao setor agrícola e especialistas da área.

Pesquisa que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária faz desde 2001 mostra que o brasileiro deve ficar atento na hora de comprar verduras, legumes e frutas. No monitoramento de resíduos de agrotóxicos em produtos de feiras, verdurões e supermercados, o alimento campeão de irregularidades é o pimentão. 89% das amostras têm excesso de agrotóxicos . Também aparecem na lista a cenoura, o morango, o pepino, a alface e o abacaxi. Na área da saúde, muitas pesquisas analisam a relação entre o consumo de agrotóxico e a saúde das pessoas. Os riscos, tanto para trabalhadores das lavouras quanto para consumidores, são relacionados ao uso de agrotóxicos não autorizados ou acima dos limites máximos permitidos pela legislação. A ingestão de alimentos com restos de produtos químicos pode causar alergias e até doenças crônicas. Reações neurológicas e sobrecarga do fígado estão entre as possíveis consequências. O professor do departamento de genética e morfologia da Universidade de Brasília, César Koppe Grisólia, estuda os efeitos dos agrotóxicos na saúde humana e sugere mudanças nos hábitos dos consumidores.

Os números mostram que a contaminação por agrotóxicos no Brasil atingiu patamares preocupantes. O País consumiu 1 bilhão de toneladas de agrotóxicos somente em 2012. No mesmo ano, foram quase 7 milhões de toneladas de fertilizantes químicos. Pesquisa realizada na Universidade Federal do Mato Grosso em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz constatou a presença de 223 princípios ativos de agrotóxicos nos alimentos, dentre os 500 que existem. 29% das amostras analisadas no estudo em 2012 eram insatisfatórias; 36%, satisfatórias, mas com resíduo; e apenas 35% não apresentaram resíduo. Ainda de acordo com a pesquisa, o número de trabalhadores com intoxicações agudas por agrotóxico no Brasil também cresceu nos últimos anos: passou de 5 mil em 2007 para 10 mil em 2012. Segundo os dados, o número de mortes passou de 200 para 313 no período. O custo do tratamento desse tipo de intoxicação varia de R$ 650 reais a R$ 26 mil reais. Novas pesquisas apontam para o aumento nos casos de doenças degenerativas entre agricultores que manipulam agrotóxicos, como explica o professor César Koppe Grisólia.

A deputada Luci Choinacki, ligada à agricultura familiar, diz que a utilização de agrotóxicos em excesso já foi maior que hoje em dia. Segundo ela, até 2015 o governo vai investir quase 9 bilhões de reais em ações como o financiamento com taxas menores para o setor, a pesquisa e a transferência de conhecimento para os agricultores e um programa de compra de sementes pelo setor público.

Reportagem: Beto Seabra

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