18/09/2014
Câmara Hoje 12h30: número de cesarianas no país é maior que o recomendado pela OMS
Nesta quarta-feira, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a Petrobras, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa preferiu o silêncio. Segundo reportagem da revista Veja, Paulo Roberto denunciou varias autoridades que estariam envolvidas em desvio de recursos da Petrobras.
O relator da CPMI, deputado Marco Maia, não descarta a reconvocação de Paulo Roberto Costa, após o recebimento das informações da Justiça. Na reunião de ontem, a comissão de inquérito aprovou requerimento para ouvir a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza. O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse ainda que negocia com os líderes partidários a possibilidade de pedir a prorrogação das investigações por 30 dias, para compensar as dificuldades geradas pelo período eleitoral. A CPMI tem prazo até 23 de novembro para concluir a investigação.
A vinda do ex-diretor Paulo Roberto Costa ao Congresso Nacional colocou em evidência a chamada delação premiada – um benefício legal cada vez mais usado em processos criminais no Brasil –, que permite a redução de pena em troca de informações.
Cesarianas
O Brasil é o segundo país no mundo que mais realiza cesarianas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), atrás apenas do Chipre. Entre 2000 e 2010, 44% dos brasileiros chegaram ao mundo por meio de cirurgia cesariana. Este índice é três vezes maior do que o recomentado pela OMS. Um projeto de lei (PL 7633/14) em análise na Câmara dos Deputados obriga os hospitais a cumprirem uma cota máxima de cesarianas, garantindo às mulheres um parto humanizado.
O autor do projeto, deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), afirma que a proposta garante uma série de recomendações do Ministério da Saúde que já existem, mas muitas vezes não são cumpridas. Para o deputado, o índice de 15% de cesarianas deve ser visto como uma meta e não um limite rígido.
Parto em casa
Na contramão das estatísticas, cresce nas principais cidades brasileiras um movimento de valorização do parto natural. Na base do boca a boca e com a ajuda das redes sociais, mulheres divulgam experiências positivas e transformadoras no nascimento dos filhos. Partos que, muitas vezes, acontecem em casas, sem o auxílio médico.
Para comentar por que se faz tanta cesariana no Brasil e, também, para explicar os benefícios do parto normal, o Câmara Hoje entrevistou a médica, professora da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Rede pela Humanização do Parto, Daphne Ratner; e o presidente da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Etelvino Trindade.
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Apresentação - Lincoln Macário