Câmara Hoje

Depois das farinhas de trigo e de milho, agora pode ser a vez do açúcar brasileiro receber a adição de ácido fólico, um nutriente que é importante para todos, mas essencial para as mulheres grávidas. O projeto que determina a mistura da vitamina ao açúcar foi assunto de uma audiência pública na Câmara.
Hidrocefalia, malformações cardíacas, problemas renais, na bexiga, no intestino, paralisia nas pernas, não-fechamento da fenda lábio-palatina. São inúmeros os problemas de saúde da criança que podem ser prevenidos se a mulher grávida ingerir a quantidade correta de ácido-fólico durante a gestação.
O ideal é que a mulher planeje o momento da gravidez, iniciando a ingestão de um complemento de ácido fólico três meses antes de engravidar e nos primeiros três meses de gestação. O comprimido pode ser obtido de graça nos postos de saúde.
O problema é quando a gravidez é inesperada e só é descoberta depois dos primeiros meses, período mais importante para a boa formação do bebê. Para prevenir as sequelas nesses casos, o Governo determinou a adição de ácido fólico às farinhas de trigo e de milho desde 2002. Assim, mesmo sem saber, a futura mãe já consumiu pelo menos uma parte da vitamina necessária. A Câmara estuda agora a possibilidade de acrescentar o nutriente ao açúcar.
Para os fabricantes do produto, a medida gera dificuldades, uma vez que mais da metade do açúcar produzido no país tem como destino o mercado externo.
O Governo também é contrário à medida. Até mesmo porque ainda não se sabe ao certo as consequências do consumo em excesso do ácido fólico para a população em geral.

Créditos:
- Fernanda Oliveira - Sociedade Brasileira de Pediatria
- Fabiana Melo - repórter
- Deputado Dr. Ubiali (PSB-SP) - autor do projeto
- José Félix Silca - União da Indústria de Cana de Açúcar
- Elizabete Gonçalves Dutra - Anvisa