01/10/2014 18:54 - Administração Pública
Radioagência
Com homologação de delação, CPMI pede acesso aos depoimentos de Costa
O ministro do STF, Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki homologou nesta terça-feira (30) o acordo de delação premiada entre o Ministério Público e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Com isso, a CPI Mista que investiga denúncias de irregularidades na estatal vai poder receber o conteúdo dos depoimentos. A homologação era condição imposta pelo Judiciário para transferir as informações à comissão.
Os integrantes da CPI Mista se movimentam para que os dados cheguem o quanto antes. O deputado Izalci, do PSDB do Distrito Federal, ligou nesta quarta-feira para o ministro Zavascki para saber quando os depoimentos podem chegar.
"Tem de pedir logo, tem de pedir esta semana ainda. Estou insistindo para isso. Temos de ver a delação para ver até que ponto, qual a gravidade desse negócio, não dá para brincar com isso."
Izalci foi um dos parlamentares que participou de reunião com Zavascki no último dia 23.
Já segundo o líder do Democratas no Senado, José Agripino Maia, do Rio Grande do Norte, Zavascki avisou que o Supremo só vai liberar a cópia dos depoimentos após a apresentação formal da denúncia.
O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo, do PMDB paraibano, pedirá novamente ao STF até a próxima segunda-feira (6) acesso aos depoimentos de Paulo Roberto Costa.
A senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas se disse surpresa com a rapidez da homologação da delação premiada.
A assessoria do relator da CPI Mista, deputado Marco Maia, do PT gaúcho, comentou que ele está focado nas eleições e não comentaria sobre a homologação.
No documento de homologação, Teori Zavascki ressalta que é possível constatar "elementos indicativos de possível envolvimento de várias autoridades com foro privilegiado, inclusive de parlamentares federais, o que atrai a competência do STF".
Ainda segundo o ministro, o Ministério Público informou que o acordo de delação permitiu "identificar um conjunto de pessoas físicas e jurídicas envolvidas em operações ilícitas".
Paulo Roberto Costa é um dos principais integrantes do esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, suspeito de movimentar 10 bilhões de reais. Foi a Operação Lava Jato, iniciada em março pela Polícia Federal, que desmontou o negócio.
Com o sucesso da delação, o ex-diretor da Petrobras conseguiu prisão domiciliar e deixou, nesta quarta-feira à tarde, a carceragem da polícia em Curitiba e seguiu para a casa dele, no Rio de Janeiro.
Por enquanto, a próxima reunião da CPI Mista da Petrobras está mantida para 8 de outubro pela manhã, quando os parlamentares ouvirão Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef.