26/09/2014 18:54 - Política
Radioagência
Pouco acesso ao dinheiro dificulta entrada de mulher na política, diz sindicalista
As procuradorias da Câmara e do Senado promoveram mais uma edição do Quintas Femininas para debater a participação da mulher na política. A mesa redonda foi realizada na Câmara e possibilitou a interação virtual entre especialistas e a sociedade civil.
Apesar de as mulheres serem maioria do eleitorado (52,13%), a participação efetiva do gênero feminino na política ainda é inferior à participação masculina.
Na Câmara dos Deputados, pro exemplo,dos 513 parlamentares, apenas 45 são deputadas. No Senado, de 81 vagas, apenas 9 são ocupadas por senadoras.
A presença de mulheres nas candidaturas é assegurada por lei. Os partidos e as coligações são obrigados a reservar para elas pelo menos 30% das vagas nas eleições de vereadores e de deputados. Além disso, a lei obriga a reserva de 10% do tempo de propaganda partidária exclusivamente para mulheres.
A diretora de Igualdade de Gênero do Sindilegis, Giovana Dal Bianco, ressaltou que um dos entraves para o equilíbrio político entre gêneros é de ordem financeira.
"A política sempre esteve ligada a dinheiro, então, para você fazer politica, você tinha que participar de um grande grupo ou ter dinheiro para entrar na política. E as mulheres só recentemente começaram a ter dinheiro. Então, eu acho que esse dado é de 2000, 1% apenas da propriedade privada do mundo estava com mulheres. A mulher tem uma relação complicada com o dinheiro. Só em 1963 ela pode ter, por exemplo, uma conta sozinha, até então era o pai ou o marido que abria. Então ao dinheiro que tradicionalmente estava ligado à política, a mulher não teve acesso."
Segundo Luciana Rubino, da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, a bancada feminina desenvolve campanhas para assegurar o espaço da mulher na política.
"A secretaria da mulher tem desenvolvido vários projetos, entre eles a gente pode citar a campanha que a gente fez juntamente ao TSE "Mais Mulher na Política", a gente fez uma campanha conscientizando sobre a participação da mulher na politica, além disso a gente mobilizou o Ministério Público da União para que acompanhasse o cumprimento das cotas, para que os partidos trabalhassem dentro do que a lei prevê. A gente também fez um acompanhamento, agora nas eleições, de quantas mulheres são candidatas e se os partidos têm cumprido suas cotas."
A coordenadora geral da Bancada Feminina na Câmara, deputada Jô Morais (PCdoB/MG), explica a importância do Quintas Femininas.
"Quintas femininas é uma programação que a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados passou a realizar desde o último 8 de março, para mensalmente debater na Câmara ou em outros órgãos, temas relativos aos direitos da mulher, já realizamos com a UnB, já realizamos com a Secretaria de Comunicação da Câmara, já realizamos com várias parcerias e sobre diferentes temas, para manter acesa a compreensão do quadro, dos diagnósticos e dos desafios relativos à superação das desigualdades."
O próximo encontro do Quintas Femininas acontecerá em dezesseis de outubro, no Senado Federal. O assunto do debate será políticas públicas e câncer de mama.