Rádio Câmara

Pouco mais de 84 mil eleitores vão votar em trânsito no primeiro turno destas eleições. No segundo turno serão quase 80 mil.

O voto em trânsito permite ao eleitor que esteja fora do domicílio eleitoral a votar para presidente da República em outro cartório eleitoral. Em 2010, a novidade foi aplicada apenas nas capitais. Agora, cidades com mais de 200 mil eleitores que se cadastraram no TSE também têm esse direito. O secretário da Corregedoria Geral Eleitoral do TSE, Sérgio Cardoso, explica que o processo de votação em trânsito é o mesmo e que o período de inscrições já se encerrou. Foi do dia 15 de julho ao dia 21 de agosto.

"Então esses dados já foram consolidados. Porque, com a habilitação, com o requerimento para habilitação de voto em trânsito, o eleitor fica desautorizado a votar no seu domicílio de origem. E, portanto, como há necessidade de preparar as urnas eletrônicas e gerar os cadernos de folha de votação que serão usados no dia do pleito, há necessidade que se faça isso com uma certa antecedência."

A eleitora Ivonete da Silva vai votar em trânsito pela segunda vez. Ela diz que se mudou de Santa Catarina para Brasília em junho deste ano, quando já havia acabado o prazo para transferência do domicílio eleitoral. Ela diz acreditar no poder da mudança pelo voto, por isso preferiu optar pelo voto em trânsito do que justificar a ausência, o que teria sido mais fácil.

"Dá um pouco mais de trabalho do que justificar, porque você tem que sair de casa, ir até um cartório eleitoral se registrar pra votar em trânsito e no dia da eleição votar. Já se você justifica o voto, basta você ir ao cartório se justificar."

Mas há quem esteja ainda mais distante. A 1ª Zona Eleitoral do Exterior abriga todos os eleitores de fora do país. A Zona ZZ vai atender os eleitores que transferiram para lá seu domicílio eleitoral até o dia 7 de maio. Como explica a chefe do Cartório da Primeira Zona Eleitoral do Exterior, Juliana Bandeira, 354.184 brasileiros estão aptos a votar no Exterior. Para essas eleições, são 916 seções eleitorais distribuídas em 89 países. As urnas eletrônicas serão distribuídas em 135 cidades e 141 locais de votação.

"Só existe um cartório pra cuidar dos eleitores que residem no Exterior e são domiciliados eleitoralmente também no Exterior. Então para cuidar dos 121 países que atualmente prestam serviços eleitorais, a documentação toda é concentrada neste cartório. A primeira Zona Eleitoral do Exterior é vinculada ao TRE-DF, que prepara todo esse pacote de informações, documentos e equipamentos, e o Ministério das Relações Exteriores recolhe tudo isso e envia para as repartições consulares por meio da mala diplomática."

O aumento do número de eleitores que votam no exterior foi de 76%. Juliana Bandeira acredita que esse aumento se deve ao trabalho itinerante realizado pelos consulados em comunidades de brasileiros mais distantes dos consulados e ao empenho da Justiça Eleitoral em divulgar o serviço, além da coleta de dados biométricos que forçou a regularização de eleitores.