23/04/2014 19:05 - Política
Radioagência
Em defesa da Petrobras, manifestantes atribuem denúncias a ano eleitoral
Em meio a palavras de ordem e cartazes com dizeres como "a riqueza do petróleo pertence ao povo brasileiro", dezenas de pessoas se reuniram, nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados, em um ato público promovido pelas frentes parlamentares em Defesa da Petrobras e do Fundo Social do Pré-Sal.
Representantes das bancadas do Partido dos Trabalhadores, do PCdoB, sindicatos, entidades estudantis, militantes e movimentos sociais marcaram presença.
Durante o evento, o deputado Luiz Alberto do PT da Baia, coordenador da Frente em Defesa da Petrobras, leu um manifesto assinado pela Federação dos Petroleiros, CUT, MST e outras 13 entidades. No documento, eles afirmam que a empresa é mais uma vez "alvo de ataques em ano eleitoral, amplamente repercutidos pela mídia partidarizada".
As intenções, segundo a nota, é "desmoralizar e privatizar" a empresa. O interesse do que chamam de "campanha contra a Petrobras" seria o de acabar com o regime de partilha que fez da Petrobras a única operadora do pré-sal.
O manifesto também se refere à CPI da Petrobras: "entendemos que as denúncias contra uma estatal devem ser apuradas pelos órgãos fiscalizadores e não por uma CPI, armada para ser palanque eleitoral e midiático dos que defendem a privatização", destaca a nota.
O deputado Luiz Alberto disse que a fiscalização já é feita pelo Ministério Público, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União.
"Como é uma empresa muito grande, claro que tem de ter esse controle na sua gestão. Porém, o que está acontecendo é que as denúncias, no caso específico de Pasadena, não se comprovam. O caso da SBM Offshore, que dizem ter sido pago propina a funcionários da Petrobras, também não se comprovou. Portanto, é só discurso eleitoral. Nós precisamos, então, defender a empresa. Há um ataque a ela. O povo brasileiro precisa saber disso."
A deputada Benedita da Silva do PT do Rio de Janeiro, coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa do Fundo Social do Pré-Sal, também ressaltou que o interesse dos que criticam é privatizar a empresa.
"A Petrobras tem um trabalho eficaz, excelente e tem um papel, agora com o pré-sal, que é na área da educação, que é na questão da saúde. É isso que eles querem tomar, é isso que eles querem. Acham que eles vão fazer esta disputa conosco e vão ganhar e privatizar a Petrobras de imediato, isso não vai acontecer."
O líder do Democratas, Mendonça Filho, de Pernambuco, passava pelo local da manifestação quando ouviu as críticas aos partidos da oposição. Em uma conversa com os repórteres, bem próximo ao palanque onde os manifestantes discursavam, Mendonça Filho descartou qualquer intenção de privatizar a estatal do petróleo e defendeu a CPI da Petrobras, como uma forma de fazer valer o papel fiscalizador do Congresso Nacional.
"Criticas políticas. Privatizada a Petrobras já está. Ela está sob controle de grupos privados, corruptos que têm dominado a empresa. Então, a gente tem que devolver a Petrobras ao povo brasileiro, ao controle do Estado. Eu acho que é claro e óbvio para qualquer brasileiro que, dentre as atribuições do Parlamento, está a de fiscalizar os atos do Executivo e, evidentemente, que cabe a nós sim atuar em defesa da Petrobras. Ela está sendo dilapidada, dominada pela incompetência e por atos suspeitos de corrupção muito graves."
O líder Mendonça Filho destacou que os argumentos para justificar a CPI são inúmeros e citou como exemplo o suposto pagamento de propina a funcionários da estatal pela holandesa SBM Offshore e as suspeitas de irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.