25/05/2011 18:52 -
Radioagência
Deputados católicos e evangélicos pressionam e governo suspende kit sobre homossexualidade (02'51'')
Após reunião com deputados da bancada católica, evangélica e em defesa da família, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, anunciou que o governo vai suspender a produção e distribuição de vídeos e de cartilhas sobre a homossexualidade.
O chamado kit gay estava sendo planejado pelo Ministério da Educação e seria distribuído nas escolas de ensino médio.
Antes dessa decisão do governo, os deputados da bancada cristã haviam decidido apoiar a convocação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, para prestar esclarecimento à Câmara. O ministro é alvo de denúncias sobre o crescimento do seu patrimônio nos últimos quatro anos.
Os deputados decidiram endurecer contra o governo depois que o ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou atrás no compromisso feito com os parlamentares. Haddad havia se comprometido a permitir a participação de deputados no debate sobre o kit gay. Dias depois, ele declarou que iria manter o material como havia sido produzido.
O deputato Anthony Garotinho, do PR do Rio de Janeiro, participou da reunião com o ministro da Secretaria-Geral. O parlamentar disse ter ficado satisfeito com a suspensão do material.
"Todas as decisões que nós tínhamos tomado ontem - obstrução, comissão geral no plenário, CPI do MEC e a convocação do ministro [da Casa Civil, Antônio] Palocci - estão suspensas com o compromisso que o ministro [Gilberto Carvalho] assumiu; não é a pedido do ministro. Nós viemos aqui a pedido dele, mas a decisão será mudada assim que os fatos forem concretizados por ele".
Segundo o ministro Gilberto Carvalho, a presidente Dilma Rousseff considerou o material "inadequado". Por isso, ela resolveu suspender a produção. Gilberto Carvalho negou que o governo esteja recuando no combate ao preconceito contra homossexuais.
"Nós entendemos que, se você produz material que sofre uma tamanha contestação, o próprio objetivo para o qual ele está destinado passa a ser prejudicado. É melhor que você produza um material com mais diálogo, com mais aprofundamento, que ele seja aceito mais amplamente, para atingir, por exemplo, o objetivo de diminuir o preconceito, de diminuir a violência contra homossexuais. Eu insisto: não se trata de recuo, se trata de um processo mais aprofundado de diálogo."
O líder do PR, Lincoln Portela, de Minas Gerais, destaca que os parlamentares são contra a violência contra os homossexuais, mas consideram exagerado o conteúdo que seria distribuído às escolas.
"Nós achamos que a didática é muito agressiva. Nós temos que tomar cuidado para que o remédio, a dosagem do remédio não seja mais forte do que aquilo que o paciente quer e necessita. Na realidade, a preocupação nossa é com a didática desse material empregado pelo governo federal."
Alguns deputados afirmam que os vídeos e a cartilha anti-homofobia seriam um estímulo ao homossexualismo".
De Brasília, Renata Tôrres.