29/10/2010 12:03 -
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Os eleitores do Acre vão escolher não apenas o novo presidente da República neste domingo.
Junto com o voto do segundo turno, a população terá que decidir o fuso horário que será adotado no estado: se permanece com a diferença de uma hora em relação à hora oficial de Brasília ou volta para duas horas a menos como era até 2008.
O referendo foi aprovado pelo Congresso Nacional, com iniciativa do deputado Flaviano Melo, do PMDB do Acre, contra o decreto legislativo de autoria do senador Tião Viana, do PT, hoje governador do Estado, eleito no primeiro turno.
Nas sessões eleitorais serão duas urnas eletrônicas separadas: uma para a votação presidencial e uma outra cabine para coletar os votos do referendo sobre o horário.
O deputado Flaviano Melo não aceita a mudança de fuso imposta pelo decreto e afirma que a população não conseguiu se adaptar ao adiantamento de uma hora nos relógios.
"O dia passou a começar mais cedo, no escuro, então as crianças não conseguiram mais chegar na aula às 7 da manhã, o estado e alguns municípios mudaram o horário da aula para 7h30, mas mesmo assim não deu certo. Então, os professores são unânimes em dizer que a primeira hora de aula das crianças não existe. Elas estão chegando atrasadas, elas chegam e querem é dormir, os pais reclamam que não conseguem tirar as crianças da cama. Então isso virou um transtorno"
Já o deputado Nilson Mourão, do PT do Acre, defende a manutenção do fuso atual de uma hora a menos em relação a Brasília.
Segundo Mourão, o horário antigo prejudica as relações comerciais do Acre com o restante do país.
"Você imagina agora com o horário de verão no horário antigo. No horário antigo nós vamos ter 3 horas de diferença em relação a Brasília. Quando nós estamos aqui acordando, no centro-sul do país o sistema dos bancos, nas indústrias, no comércio, está já tudo fazendo intervalo de almoço, nunca dá certo. O problema é que algumas pessoas transformaram esse problema eminentemente técnico e de organização social em problema político"
O Tribunal Regional Eleitoral do Acre não permitiu que o referendo fosse feito no primeiro turno das eleições.
A justificativa era para evitar mais demora nas sessões, uma vez que os eleitores já iriam escolher seis cargos.
O referendo do Acre será o segundo no país, mas desta vez apenas em âmbito regional.
Os eleitores de todo o país passaram por um referendo em 2005 quando decidiram sobre a proibição ou não da venda de armas de fogo.
De Brasília, Keila Santana.
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