10/12/2018 14:20 - Segurança
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Será apresentado na terça-feira (11) o relatório final da comissão externa da Câmara sobre os assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. O texto do relator, deputado Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro, vai mostrar o acompanhamento das investigações conduzidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, o debate em torno da possível federalização da investigação e recomendações de maior proteção aos defensores de direitos humanos. Marielle e Anderson foram assassinados em 14 de março, após o carro em que eles estavam ter sido atingido por 13 tiros, na zona central do Rio de Janeiro. Quase nove meses depois do crime, o relatório de Glauber Braga terá críticas à demora na elucidação do caso:
"A gente não pode considerar razoável que, depois de tanto tempo, não se tenha um indicativo evidente de quem matou, quem mandou matar e qual foi a motivação da execução de Marielle e de Anderson."
O caso também é acompanhado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos e Anistia Internacional. A Polícia Federal chegou a anunciar a investigação de supostas ações de uma organização criminosa para impedir a elucidação do crime. Para o relator Glauber Braga, essa demora coloca todos os defensores de direitos humanos em risco:
"Enquanto não houver a elucidação do caso, há uma potencial ameaça a todos os defensores de direitos humanos, mais especificamente os do Rio de Janeiro. Quem tramou a execução de Marielle queria dar um recado e, a partir do momento em que esse recado foi dado e os investigadores não chegam à conclusão ou não explicitam para quem o recado foi dado e o porquê, essa ameaça pesa sobre todos aqueles que são defensores de direitos humanos."
A análise do relatório da comissão externa está prevista para o início da tarde de terça-feira e poderá ser acompanhado pelos canais de transmissão da Câmara, na internet. Na quarta-feira (12), a vereadora Marielle Franco também será lembrada na audiência da Comissão de Direitos Humanos sobre os 30 anos da Constituição brasileira e os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A audiência terá as presenças do teólogo Leonardo Boff, ex-ministros e dirigentes de órgãos ligados aos direitos humanos.
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