Radioagência

A futura ministra da Agricultura, deputada Tereza Cristina, do Democratas do Mato Grosso do Sul, vai ser a primeira mulher a comandar uma pasta no governo Jair Bolsonaro.

Cristina foi confirmada esta semana e se reunirá na próxima terça-feira (13) com o presidente eleito para definir o foco da política agrícola para os próximos anos. Ela comentou, porém, que as mudanças nas normas de licenciamento ambiental (PL 3729/04) e no processo de registro de novos agrotóxicos (PL 6299/02) são pontos a serem trabalhados.

“Terei também uma conversa com o presidente Bolsonaro na terça-feira (13) sobre as linhas e, como eu disse hoje de manhã, sobre a cara que o governo Jair Bolsonaro quer dar para a agricultura.”

Tereza Cristina, atual coordenadora da Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso, disse que tentará aprovar a nova Lei do Licenciamento Ambiental antes de assumir o ministério.

“Licenciamento ambiental era uma das pautas que a frente parlamentar tinha como prioritária. Haverá uma conversa com o presidente Rodrigo Maia para ver as pautas que o setor ainda pode votar este ano e, dentre essas pautas, o licenciamento ambiental talvez seja o mais importante.”

Com relação à reforma agrária, Tereza Cristina defendeu uma melhoria na infraestrutura e produtividade das áreas já desapropriadas antes de novo processo de redistribuição fundiária. Segundo ela, novo avanço na reforma precisa ser discutido com a equipe econômica do futuro governo pelo custo econômico com a desapropriação.

A demarcação de terras indígenas deve ser feita com "justiça, mas não através de injustiças" na opinião de Tereza Cristina. Ela reconheceu haver muitos índios com necessidade de ampliar suas terras para terem mais dignidade de vida, mas criticou a judicialização do processo.

Sem comentar sobre a possibilidade de mudança de posição do governo sobre a fusão entre as pastas da Agricultura e do Meio Ambiente, Tereza Cristina defendeu o fim da "indústria da multa" e do "viés ideológico" da área ambiental do governo.

Tereza Cristina é agrônoma e está no seu primeiro mandato parlamentar. Além de coordenar a Frente, com 207 deputados e 27 senadores, ela também presidiu a comissão especial que analisou proposta de mudanças na legislação brasileira sobre agrotóxicos (PL 6299/02).