08/10/2018 20:48 - Política
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A votação expressiva de Jair Bolsonaro neste domingo, que obteve quase 50 milhões de votos sem praticamente ter tido tempo de propaganda eleitoral, deixou claro que o fator internet não pode ser menosprezado nas campanhas eleitorais.
Pesquisa Datafolha divulgada na semana antes do pleito mostrou que 40 por cento dos eleitores do candidato do PSL compartilham notícias sobre política brasileira e eleições no WhatsApp, contra 22 por cento dos eleitores de Fernando Haddad, do PT.
Para Emmanuel Publio Dias, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing e especialista em Marketing Político, a importância da internet, em geral, e das redes sociais em particular, é clara, mas a televisão continuou tendo um papel importante, apenas não a propaganda obrigatória em rádio e TV.
"Não foi à toa que o candidato vencedor do primeiro turno é um excelente utilizador das redes sociais e não agora na campanha, ele começa desde o ano passado, formando um poderoso e numeroso grupo de militantes multiplicadores, investindo no impulsionamento e no direcionamento de mensagens. Mas eu faço uma ressalva, a opinião pública não é formada apenas por programa no horário político, e eu diria até que é a coisa menos importante que tem. Tanto que a eleição deste ano começou quando o candidato levou aquela facada em Juiz de Fora. A partir daí o assunto eleições entra na mesa dos brasileiros."
Com relação à proliferação de mentiras, as chamadas fake news, o especialista em marketing apresenta um ponto de vista diferente.
"A gente não tem ainda a métrica real pra saber a quantidade de fake news que a gente teve em relação às milhões de notícias não fake news que circularam pelas redes. Eu diria que a fake news é um preço barato que se paga pela liberdade de expressão e pelo uso da comunicação por uma parcela majoritária da população que até então não tinha acesso a nenhuma plataforma de influência no cenário eleitoral."
Na entrevista coletiva concedida ao final do pleito de domingo, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Rosa Weber, afirmou que o TSE agiu prontamente a todas solicitações de combate às chamadas fake news. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que também participou da coletiva de imprensa, disse que diversas denúncias estão sendo apuradas e que os responsáveis por propagar as notícias falsas serão investigados e punidos.
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