19/09/2018 19:12 - Política
Radioagência
Projetos nas áreas de meio ambiente, internet e acessibilidade são escolhidos para 14ª edição do Câmara Mirim
Se você acha que apenas deputados e senadores escrevem projetos de lei, está enganado. Tem uma criançada com muita vontade de ajudar o País e vocação de sobra para sentar em uma cadeira do Plenário daqui a alguns anos. É o que mostra o programa Câmara Mirim, promovido pela Câmara dos Deputados.
Esse programa é destinado aos estudantes do quinto ao nono ano das escolas públicas e privadas de todo o Brasil.
Todos os anos são selecionados três projetos de lei que são discutidos e votados por 350 crianças e adolescentes no Congresso Nacional. Nesta décima quarta edição, meio ambiente, internet e acessibilidade foram os temas escolhidos.
Agora, sem mais delongas, vamos ouvir as propostas dos deputados mirins. A Natália Oliveira, de 14 anos, moradora de Blumenau, em Santa Catarina, propôs que o Brasil proíba o uso de canudos de plástico.
"Os canudos são feitos de um plástico mais leve e mais difícil de ser reciclado. E muitas vezes ele acaba sendo despejado em mares e oceanos, porque mesmo quando ele é descartado corretamente em aterros de lixo, com a ação do vento e da natureza, acaba indo para o oceano e confundido por comida. Nós podemos retirar isso do nosso cotidiano como uma maneira de deixar o meio ambiente cada vez mais limpo."
O Ryan Alves, de Três Corações, em Minas Gerais, também tem 14 anos, e apresentou o projeto que substitui os orelhões públicos por pontos de distribuição gratuita de internet.
"Seria como se fosse estações onde você poderia acessar o wi-fi através delas e também carregar o celular. Poderia ser uma forma de se sustentar através de anúncios, sendo que as empresas pagariam para anunciar nessas estações, assim como acontece em países mais desenvolvidos."
Já o João Henrique Rinaldi, de Goiânia - Goiás, tem 11 anos e teve a ideia de um aplicativo para celular chamado Visão Waze, destinado a deficientes visuais. Segundo ele, as pessoas conseguiriam se locomover utilizando apenas os comandos de voz no celular.
"O deficiente visual define seu local preferido, por exemplo a casa dele, o trabalho, a escola. O aplicativo através do comando de voz irá orientar a sua locomoção com segurança pelas ruas (...) promovendo a sua inclusão social."
A coordenadora do Câmara Mirim, Ana Cláudia Lustosa, contou que os quase mil projetos recebidos mostraram que os estudantes estão super ligados ao que acontece no Brasil e no mundo, e estão preocupados em solucionar problemas.
"A importância do Câmara Mirim é aproximar esse público tão jovem da complexidade da atuação parlamentar, da discussão e aprovação de uma lei. A gente acredita que vir até aqui e viver essa experiência. Isso modifica a percepção que eles têm da função desses parlamentares que é tão desconhecida para boa parte da população."
Será que esses projetos de lei serão aprovados? A resposta virá nos dias 25 e 26 de outubro, datas em que os deputados mirins vão se reunir e decidir.