15/08/2018 08:41 - Direito e Justiça
15/08/2018 08:41 - Direito e Justiça
A Câmara realizou nesta terça-feira o lançamento nacional do projeto “O Ideal é Real - Adoções Necessárias”.
O projeto é uma iniciativa da Associação dos Magistrados Brasileiros, com o apoio do Conselho Nacional de Justiça, da Câmara dos Deputados e dos ministérios do Desenvolvimento Social e dos Direitos Humanos.
A ideia do projeto é aproximar as famílias que querem adotar das crianças que precisam ser adotadas, mas não atendem ao perfil ideal da maioria das famílias, que é a adoção de bebês.
O idealizador do projeto, que já funciona no Rio de Janeiro, o juiz Sérgio de Souza, explicou que o foco é aproximar as famílias do grupo de adoções necessárias que é composto por crianças com mais de três anos de idade, que pertencem a grupos de irmãos ou têm algum tipo de doença e por isso ficam nos abrigos até completarem 18 anos:
"Com os números de hoje entre habilitados para adoção e essas crianças e adolescentes nessa situação que eu falei, se 12% dos habilitados mudarem o perfil a gente zera essa conta."
O vice-presidente Fábio Ramalho, deputado do MDB de Minas Gerais, participou do lançamento representando a Câmara. Ele destacou a importância do projeto:
"Por isso o Projeto 'ideal é real - adoções necessárias' é tão importante, pois dá à família que pretende adotar a chance de repensar suas preferências conhecendo crianças e adolescentes do grupo de adoções necessárias, que, como todas as outras crianças e adolescentes, também merecem um lar."
Para Tiago de Paiva e Luciana Vilela, pais da pequena Alice, a mudança no perfil permitiu que eles adotassem a menina que tem problemas neurológicos decorrentes da microcefalia:
"E eis que um dia a gente decidiu ir lá no Fórum para saber como andava o nosso processo. E aí a equipe técnica expôs para a gente que criança do nosso perfil realmente não tinha, mas tinham algumas crianças fora do perfil e que se a gente não queria ampliar esse perfil. E aí colocou os casos e dentre esses casos, o caso da Alice, uma neuropata grave. Quando a equipe técnica informou isso para a gente, imediatamente a gente pensou que não seria mais uma família a abandonar a Alice. A gente já se viu pai e mãe da Alice e o diagnóstico dela de microcefalia e paralisia cerebral não fez a menor diferença e não faz no nosso dia a dia."
Tiago reconhece que, sem o auxílio do projeto, essa aproximação, que mudou suas vidas, não teria ocorrido.
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