02/07/2018 20:46 - Ciência e Tecnologia
Radioagência
Câmara promove maratona de programação na Campus Party encerrada neste domingo
A Câmara dos Deputados participou da segunda edição da Campus Party em Brasília, encerrada no último fim de semana, e junto com o Senado organizou uma maratona para que jovens programadores propusessem soluções para o Legislativo. A Campus Party é o maior evento de tecnologia do Brasil, e foi uma oportunidade para as duas Casas trabalharem unidas no contato com os campuseiros, como são chamados os participantes do evento, formados por gamers, profissionais e empreendedores de TI.
Edmundo Andrade, que trabalha na diretoria de inovação e TI da Câmara, foi o coordenador do Parlathon, e explica os objetivos.
"O tema do Parlathon desse ano foi o desenvolvimento de um aplicativo web, ou aplicativo móvel, que facilite com que os cidadãos brasileiros possam acompanhar e entender por onde passam os projetos de lei, dentro da Câmara e do Senado. Tem comissões, tem plenário, então a visualização dessa trilha legislativa é que é o foco do Parlathon desse ano."
Das 29 equipes inscritas no primeiro Parlathon, apenas sete conseguiram concluir o desafio do Legislativo em 48 horas, e três foram premiadas.
Abner Lucas, que trabalha com desenvolvimento de softwares, fez parte da equipe vencedora, 31337, ou Eleet na gíria geek. Para ele, o principal desafio ao fazer o aplicativo vencedor foi unificar informações da Câmara e do Senado.
"A maior dificuldade mesmo foi entender o processo legislativo. A gente perdeu bastante tempo tentando entender o processo de tramitação do projeto de lei, como ele funcionava, como uma casa inicia a outra revisa, tem veto, não. Além disso, a gente encontrou muitos problemas também na hora de puxar os dados, os dados das duas casas, apesar de representarem assim, no contexto, a mesma coisa, eles são de forma totalmente diferente, e você vincular os dois é muito difícil".
Bruna Moreira, professora de engenharia de softwares na Universidade de Brasília, participou da equipe KBM, que ficou em segundo lugar, e organizou a informação como uma linha do tempo. Para ela, o contato com os servidores da Câmara e do Senado foi fundamental para entender o trabalho.
"Fazer a ligação com a parte técnica com a parte jurídica, com parte da burocracia, do ciclo de vida do projeto de lei, então a gente teve de tirar bastante dúvida com o pessoal de que que era cada coisa, como que os projetos de lei funcionavam. E ai a gente conseguiu mapear de um jeito que a gente entendesse, para poder mapear de um jeito que o resto da população também pudesse entender, mesmo sem ter nenhum conhecimento técnico".
As soluções ainda não estão prontas, mas a análise feita na Campus Party pode ajudar em futuros desenvolvimentos, como explica Roberta Rabay, diretora do Laboratório Ráquer da Câmara, setor que lida com a interação entre o legislativo e programadores independentes.
"A gente vai aproveitar as ideias e as sugestões que eles deram, e também tem uma ideia de leva-los lá, no segundo semestre, e eles darem até mais detalhes sobre que dificuldades eles tiveram, para ajudar a gente a melhorar os dados, e também contribuir para novas visualizações do andamento dos projetos de lei".
Esse tratamento dos dados abertos, que a Câmara e o Senado já disponibilizam, é uma das principais ajudas que programadores engajados podem dar à população. E para Tonico Novaes, diretor geral da Campus Party, é um dos objetivos do evento.
"Com soluções que a sociedade toda possa utilizar para estar cada vez mais próximo do Legislativo. Hoje em dia a visão que se tem de governo e de órgãos públicos é muito distorcida. Tem muita gente boa no Legislativo, e isso precisa ser analisado. Só vai consegui ter essa percepção a partir do momento que a gente trabalhar com os dados abertos, com a transparência, com todos esses elementos, e a população conseguir trabalhar mais próxima do Legislativo."
A equipe vencedora do primeiro Parlathon recebeu três Tablets, oferecidos pelo sindicato dos servidores do legislativo (Sindilegis), e as três equipes receberam ingressos para a próxima edição da Campus Party em São Paulo, que é o maior evento de tecnologia do País. A edição de Brasília consolidou-se agora como a segunda colocada, com mais de 9 mil campuseiros e 90 mil visitantes.
Você pode conferir como foi a participação do legislativo na Campus Party procurando a hashtag #camaraesenadonacampus nas redes sociais.