07/06/2018 17:18 - Comunicação
Radioagência
Seminário destaca importância da TV Câmara para transparência dos trabalhos legislativos
A importância da TV Câmara para a transparência dos trabalhos legislativos e para retratar a diversidade de opiniões no Parlamento e na sociedade brasileira foram destacados no seminário internacional em comemoração dos 20 anos da emissora. O evento foi promovido pela Secretaria de Comunicação e pelo Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara.
Para o secretário de Comunicação Social da Câmara, deputado Márcio Marinho (PRB-BA), a TV Câmara fornece "informação sem maquiagem" dos debates do Plenário e das comissões e busca representar a diversidade de ideias no Parlamento e na população.
"A TV Câmara não tem dono. O dono da TV Câmara é o povo; é o cidadão que paga os impostos".
A diretora da Rádio e da TV Câmara, Alessandra Anselmo, afirmou que a emissora deve prestar contas para a sociedade brasileira e que se rege pelos critérios jornalísticos do equilíbrio e da isenção. Ela destacou a transição por que passou a emissora nos últimos 20 anos:
"Nessas duas décadas, a TV Câmara se transformou de emissora pequena, fechada, disponível apenas por cabo, em uma TV que ganhou vários prêmios, e hoje está em sinal aberto e gratuito em quase 50 cidades do país, inclusive 22 capitais, que alcança 400 mil pessoas por dia, segundo dados recentes do Kantar Ibope Media."
O pesquisador Chico Sant'Anna disse que é preciso construir um regramento com os valores que devem reger os canais legislativos, para facilitar o controle social. Hoje, de acordo com o pesquisador, esses canais muitas vezes refletem a visão dos profissionais que neles trabalham, já que não existe esse regramento.
"Mas não tem nenhum artigo que diga, por exemplo, que é proibido comercial nos canais legislativos. Não existe nenhuma legislação que diga que o canal tem que ser plural"
Sant'Anna acrescentou ainda que muitas vezes os valores que regem os canais legislativos são diferentes dos que vigoram na mídia comercial, já que o canal legislativo não tem a prioridade de buscar audiência, e sim de ajudar a construir a cidadania. De acordo com o pesquisador, enquanto os veículos comerciais focam em determinados parlamentares, os canais legislativos mostram o trabalho de diversos parlamentares. Isso, para ele dele, é essencial para a democracia, ajuda o eleitor a escolher seus representantes e justifica o gasto orçamentário com esses canais.
Para Fernando Paulino, diretor da Faculdade de Comunicação da UnB, os canais legislativos devem ter caráter público, e não apenas institucional. Segundo o professor, isso significa, por exemplo, que os canais devem dar voz não só aos representantes do povo, como aos representados - ou seja, aos cidadãos e suas representações sociais e culturais.