Radioagência

Por 10 votos a 1, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados votou pelo arquivamento do processo de quebra de decoro contra o deputado Alberto Fraga, do Democratas do DF, apresentado pelo Psol.

Em março, o deputado publicou em sua página da rede social Twitter informações falsas sobre a vereadora Marielle Franco, que havia sido assassinada dois dias antes da postagem. No texto da denúncia, o Psol alega que o deputado abusou de suas prerrogativas constitucionais quando propagou notícias mentirosas.

Fraga lembrou que o que estava em discussão não era o crime contra a vereadora Marielle e que, após a postagem, admitiu o erro em rede nacional.

"Eu falei pra quase cem milhões de pessoas, dizendo que eu tinha cometido um erro, dizendo que eu tinha me equivocado e, como um Coronel, eu teria que ter checado as informações, como um policial. Então eu fiz as desculpas necessárias".

O relator do processo, deputado Adilton Sachetti, do PRB do Mato Grosso, recomendou que a denúncia fosse arquivada. Para ele, o reconhecimento da culpa deve ser levado em consideração.

"Para fazer nossas defesas, das nossas convicções, a gente pode errar, e o que me levou a não aceitar a admissibilidade é exatamente porque foi dado a oportunidade de defesa e o deputado fez essa defesa pública"

Representando o Psol, partido que propôs a denúncia ao conselho de ética, o deputado Chico Alencar, do Rio de Janeiro, defendeu que a admissão de culpa não é bastante, devida à gravidade do que ocorreu com Marielle Franco.

"Ainda assim nós consideramos aquela autocrítica insuficiente pela carga dramática dessa violência, que não pode ser esquecida (...) Creio que isso merece algo mais do que simplesmente ir para o arquivo. Que a gente saia engrandecido daqui com muito cuidado quando fizermos acusações em relação à pessoa que não pode mais se defender".

Por 10 votos a 1, a votação seguiu o parecer do relator, e a denúncia contra o deputado Alberto Fraga foi arquivada.