11/05/2018 19:36 - Economia
11/05/2018 19:36 - Economia
A Comissão Especial da Câmara que analisa proposta (PL 9463/18) que propõe a desestatização da Eletrobras realizou audiência pública para ouvir representantes do setor de energia.
O ex-ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, alertou que da forma como está sendo proposta, a privatização da Eletrobras vai trazer um grande aumento nos custos da energia além de aumentar os riscos de um novo racionamento. Nelson Hubner destacou que até nos Estados Unidos, onde a privatização é uma regra, a área de energia está sob os cuidados do poder público.
O diretor de distribuição da Companhia Energética de Brasília, CEB, Mauro Martineli, destacou que o patrimônio da Eletrobras, só de geração e transmissão, é de 305 bilhões de reais e o governo quer passar a maior parte do controle acionário para empresas privadas por 12 bilhões.
"Eles querem vender a empresa unificada, integrada - é um absurdo na minha visão - porque vai ser criada uma mega empresa privada. Uma mega empresa privada que vai ter 31% do mercado, 47% da transmissão, 50% da energia armazenável nos reservatórios, 70% da transformação. Gente o que vai acontecer, vai inibir a competição. Vai acontecer o que aconteceu na Califórnia: manipulação dos preços e a tarifa vai aumentar."
A deputada Erika Kokay, do PT do Distrito Federal, criticou o relatório do deputado José Carlos Aleluia, apresentado na quinta-feira na comissão, porque segundo ela o texto representa na prática a privatização do rio São Francisco.
"Porque as hidrelétricas vendidas tem poder sobre a vazão do rio e poder sobre o rio. O próprio relator Aleluia quando discutimos a revitalização do rio São Francisco ele cobrou da Chesf dizendo que ela dominava o rio. A Chesf é do povo brasileiro e se ela virar uma empresa privada é a iniciativa privada que vai estar controlando e dominando o rio São Francisco."
A comissão realizou outras duas audiências públicas, no Rio de Janeiro e em Franca, no estado de São Paulo.
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