17/04/2018 20:01 - Administração Pública
Radioagência
Bancada de Roraima cobra ações mais efetivas para entrada de venezuelanos no estado
Integrantes da bancada de Roraima na Câmara e no Senado aproveitaram a presença do Governo Federal na discussão sobre a migração em massa de venezuelanos para o estado para cobrar ações mais efetivas na solução da crise humanitária.
Os parlamentares reivindicaram mais recursos e mais rapidez nas providências para acomodar quem atravessa a fronteira entre Brasil e Venezuela em busca de melhores condições de vida. Deputados e senadores relataram aumento de roubos e prostituição em Boa Vista, além do peso sobre os serviços públicos do Estado. E apoiaram a decisão da governadora Sueli Campos, que na última sexta-feira entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal pedindo que a União interrompa a entrada de migrantes. O relator da comissão mista que examina a medida provisória, deputado Jhonatan de Jesus, do PRB de Roraima, elogiou.
"A governadora do Estado tem razão, tem que fechar a fronteira mesmo, até que o Governo Federal tome uma atitude e resolva fazer um critério de entrada, barreira sanitária, modo de triagem, um processo de interiorização mais amplo"
Estima-se que 50 mil venezuelanos estejam em Roraima. Segundo o representante do Ministério da Justiça, André Furquim, 40 mil já estão regularizados. Na audiência pública, ele enfatizou o processo de interiorização, que é o deslocamento voluntário de parte destes migrantes para outras cidades. No início de abril, 266 foram para São Paulo e Cuiabá. A expectativa é que, até abril do ano que vem, 15 mil venezuelanos troquem Roraima por outros estados.
"Há uma programação de uma nova interiorização agora para o fim do mês e nós necessitamos, pra isso, de identificação de novas vagas de abrigo nos outros estados federados que não sejam Roraima".
Cada representante de ministério apresentou os primeiros resultados do trabalho do Comitê Federal de Assistência Emergencial. Na área de Direitos Humanos, as prioridades são o combate à xenofobia e a proteção de grupos considerados mais vulneráveis, como idosos, deficientes e a população LGBT. O representante do Ministério da Saúde apresentou os números da epidemia de sarampo, que tem 59 casos confirmados em Roraima, para onde já foram enviadas 214 mil doses de vacinas.
O contra-almirante Paulo Colaço, do Ministério da Defesa, afirmou que existem cinco abrigos para migrantes funcionando em Boa Vista e um em Pacaraima - nos próximos dias, a capital ganha mais um abrigo e outros quatro estão previstos para serem construídos nas duas cidades. Ele ressalta que a maior dificuldade na área de logística é a distância.
"Todo material que tem que ir pra lá, que já foi licitado, foi contratado, uma parte dele estava em Manaus e chegou mais rapidamente na região de Boa Vista. Uma parte que está vindo do Rio de Janeiro, ele demanda ou transporte aéreo, que é extremamente caro e então está sendo reduzido ao mínimo indispensável e a questão do material por meio rodoviário, que vai pra Porto Velho e de lá vai subir o Madeira por balsas. Então a nossa previsão é que até o final do mês todo o material esteja lá"
Os parlamentares ainda têm duas audiências, nesta quarta e quinta-feira para ouvir representantes de organizações internacionais e da sociedade civil organizada que atuam na crise humanitária em Roraima.