02/04/2018 15:39 - Saúde
02/04/2018 15:39 - Saúde
Parlamentares e representantes de pessoas com autismo defenderam (nesta segunda-feira, 2), na Câmara dos Deputados, a destinação de mais recursos pelo governo ao diagnóstico, à pesquisa e ao tratamento do transtorno no País. O assunto foi lembrado em sessão solene dedicada ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo - 2 de abril, a pedido dos deputados do PT Luiz Couto, da Paraíba, e Erika Kokay, do Distrito Federal, e da deputada Janete Capiberibe, do PSB do Amapá.
O transtorno do espectro autista é um transtorno de desenvolvimento. A pessoa, nos primeiros anos de vida, por motivos desconhecidos, apresenta problemas de interação social e de comunicação, além de comportamentos repetitivos.
Uma das reclamações dos participantes da sessão solene disse respeito à falta de estatísticas sobre o autismo no Brasil. A estimativa, lembrou Luiz Couto, é que no País haja mais de 1 milhão de portadores do espectro autista.
Vinicius Mariano, representante do Distrito Federal na Conferência Nacional da Pessoa com Deficiência, questionou essa falha.
"O conjunto das pessoas que nós queremos atender nós não sabemos. Não sabemos a condição socioeconômica, o seu gênero. Não há uma pesquisa".
Mariano ressaltou ainda que a pessoa com autismo demanda cuidados específicos, a depender do grau do transtorno. O severo, por exemplo, vai demandar cuidado integral. Já o leve, pelo menos, uma adaptação curricular na escola.
A deputada Erika Kokay lamentou o fato de não existir uma política de cuidadores financiada pelo Sistema Único de Saúde para que as mães possam trabalhar.
"No que diz respeito à educação, nós também temos muitas dificuldades. A dificuldade dos cuidadores, dos monitores que não estão em número suficiente. Não é a pessoa que tem que se adaptar à escola, é a escola que tem que se adaptar às pessoas".
A jovem com autismo Amanda Paschoal afirmou que os problemas dessa parcela da população são causados mais pelas barreiras sociais do que pelo próprio diagnóstico.
"Escutem os autistas. Façam dos autistas, do que eles desejam, o centro da discussão sobre o autismo."
Em carta enviada à sessão solene e lida por Luiz Couto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, destacou que a condição autista não configura doença, mas como deficiência requer atenção especial, notadamente em termos de terapias e ambientes educacionais controlados.
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