08/03/2018 16:55 - Segurança
08/03/2018 16:55 - Segurança
Comissão de Câmara vai solicitar ao Ministério Público do Distrito Federal mais informações e reabertura de investigação de casos de mortes em Delegacias da região.Um relatório elaborado pelo médico legista Jorge Vanrell apresenta indícios que contestam a alegação de que presos sob custódia cometeram suicídio.
"Seria necessário um exame avaliando todas essas possíveis variáveis de cada caso porque até agora tem muitos elementos, mas são elementos desconexos. Se você não fala com outro que está estudando mesmo caso, fica difícil concluir porque você não possui os dados dele e vice e versa. As dúvidas justamente recorrem da necessidade de fazer um exame mais minucioso".
A comissão foi procurada pela família de Luís Cláudio Rodrigues Figueiredo, que morreu numa delegacia de Sobradinho, no Distrito Federal, após ter sido detido por dirigir alcoolizado. Os deputados solicitaram à Secretaria de Segurança Pública do DF acesso a casos semelhantes.
Como voluntário, o perito Jorge Vanrell analisou os laudos e exames dos 5 casos apresentados pela Secretaria nos cinco últimos anos. Em apenas uma das situações foi possível comprovar, por meio de câmeras de segurança, o suicídio por enforcamento. Em outros dois, o médico legista defende que há incongruências entre o que foi descrito e a conclusão nos laudos.
Em um deles, um exame indica que Thiago Teles de Souza pode ter sido submetido a procedimento de tortura por afogamento. O outro caso é o do Luís Cláudio Rodrigues. Vanrell aponta diversas lacunas relacionada à conclusão do caso por suicídio, como a complexidade exigida para quem tinha menos coordenação motora devido ao grau de teor alcoólico, conforme indicado no laudo.
Nos demais casos, não foi possível fazer conclusões mais detalhadas já que as imagens anexadas aos laudos só foram encaminhadas a Comissão cópias preto e branco das fotografias da perícia.
Luiz Cláudio morreu um dia antes de comemorar seu aniversário. Marta Rodrigues, acredita que o irmão, que morava com ela, não cometeu suicídio.
"A gente não sabe o que aconteceu, só sabe que ele apareceu morto. Agora o que aconteceu de verdade é o que a gente está buscando. Inclusive na própria delegacia, antes de ele ser levado para a cela, ele estava convidando o policial militar para comer a feijoada dele, então ele não estava com idéia de se matar".
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