15/01/2018 17:29 - Política
Radioagência
Maia diz que governo ainda não tem votos suficientes para aprovar Reforma da Previdência
Em viagem oficial a Nova York, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, admitiu que o governo precisa ainda de 70 a 80 votos para que a Reforma da Previdência (PEC 287/16) seja colocada em votação com chances de ser aprovada.
Em dezembro, ao constatar que ainda não tinha os 308 votos necessário para aprovação da proposta, o governo decidiu adiar para fevereiro a votação e o presidente da Câmara definiu cronograma que começa com a discussão da proposta em Plenário, a partir de 5 de fevereiro, e votação em primeiro turno em 19 de fevereiro.
Para Maia, é preciso que o governo recomponha sua base parlamentar, reduzida em razão das votações das denúncias contra o presidente Michel Temer e pelo fato de 2018 ser um ano eleitoral.
"O governo sai do final de 2016 de uma base de 360 deputados e termina, com a segunda denúncia, com 250. Então você tem que recompor 70 a 80 votos porque a decisão do governo, depois da votação da primeira denúncia, foi, vamos dizer assim, afastar do governo aqueles que não votassem a favor do presidente. Isso reafirmou o voto na segunda denúncia, mas isso abriu um problema: como é que faz para ter 308 votos".
O presidente da Câmara disse acreditar na possibilidade de aprovação da reforma e anunciou que vai procurar governadores para convencê-los a apoiar a medida. Em dezembro, ele já tinha conversado sobre isso com os governadores Fernando Pimentel, de Minas Gerais, e Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro.
"É viável porque, é o que eu digo: dos governadores, cinco já não pagaram o 13º e se a situação continuar indo, no próximo ano, vai aumentar isso. A capacidade de investimento dos estados é muito pequena. Cada três meses aparece um pleito de algum governo dos estados querendo aprovar alguma lei para garantir um fluxo de caixa de curto prazo. E o que eu tenho dito a eles é que não adianta mais a gente encontrar soluções de curto prazo se nós não reestruturarmos as contas públicas brasileiras".
Questionado por jornalistas a respeito da dificuldade para a aprovação da proposta por conta do lançamento de pré-candidaturas à Presidência da República, Rodrigo Maia disse que não é candidato e que não está preocupado com eleições, e sim com uma agenda política para reestruturar a economia do País.
Mas ele disse ser favorável à candidatura do ex-presidente Lula. Segundo Rodrigo Maia, o nome de Lula nas urnas é bom para a democracia. Ele deixou claro, porém, ter certeza de que o ex-presidente será derrotado.
O presidente da Câmara participa, até quinta-feira (18) de uma série de encontros oficiais com autoridades, políticos e empresários nos Estados Unidos e México. Fazem parte da agenda encontros com o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e com o presidente da Câmara dos Deputados americana, Paul Ryan.