Radioagência

Desde setembro de 2015, uma comissão especial da Câmara discute a proposta de unificação das polícias civis e militares em todo o País. Foram realizados seminários em cidades de Minas Gerais e São Paulo, além de debates nas Assembleias Legislativas do Ceará, São Paulo e Piauí. O relatório final da comissão deve ser apresentado ainda neste semestre, mas o tema não é consenso nem dentro nem fora das corporações.

Os defensores da proposta dizem que ela poderia aprimorar o combate à criminalidade. Para o presidente da comissão especial, deputado Delegado Edson Moreira, do PR de Minas Gerais, o processo de união pode melhorar o orçamento, o efetivo e o setor de inteligência das polícias. Ele defende, no entanto, que esta junção seja feita de maneira gradativa.

"Ela não pode ser feita de uma tacada só, ela tem que ser feita aos poucos, inclusive com a unificação das academias, com a unificação dos comandos e devagarzinho vai fazendo esta unificação"

Para a professora Marcelle Figueira, da Universidade Católica de Brasília, especialista em segurança, é preciso formular políticas públicas para diminuir as taxas de homicídios no País, que são crescentes. Mas ela tem dúvidas se a união das polícias civis e militares seria uma boa alternativa.

"Eu não consigo ver aspectos positivos em você unificar instituições que são tão díspares e criar instituições onde o controle, a perspectiva de controle dela não irá existir, porque elas serão organizações gigantescas onde, na prática, elas irão funcionar muito de forma autonomizada como muitas delas já funcionam".

A comissão especial tem que encerrar os trabalhos até o fim deste ano. Em números arredondados as duas corporações totalizam hoje em todo o País 425 mil PMs e 117 mil policiais civis.