07/12/2017 16:46 - Meio Ambiente
Radioagência
Ambientalistas defendem economia de baixo carbono e criticam incentivo a petroleiras
Deputados e ambientalistas defenderam a necessidade de o Brasil encarar as mudanças climáticas como oportunidade para implantar uma economia de baixo carbono, baseada no desenvolvimento sustentável e na igualdade social. Para boa parte dos debatedores que participou de comissão geral no Plenário da Câmara dos Deputados (nesta quinta-feira, 7), o País pode estar perdendo essa chance ao impulsionar medidas como o incentivo a empresas petroleiras para que invistam no Pré-sal.
A comissão geral foi convocada para discutir o Acordo de Paris sobre a mudança de clima. Assinado no fim de 2015 por quase 200 países, o acordo tem o objetivo de fortalecer a resposta ao aquecimento global, evitando que ele ultrapasse o nível de 2 graus Celsius até o fim deste século com relação aos níveis pré-industriais. O compromisso do Brasil é reduzir as emissões de gases em 37% até 2025, na comparação com 2005, com a indicação de chegar a 43% até 2030.
Na avaliação de Marcio Astrini, do Greenpeace, o Brasil caminha na contramão do compromisso assumido.
"Aqui vemos constantemente decretos que auxiliam aqueles que querem usar mão de obra escrava no trabalho principalmente do campo. Nós vemos decretos e legislações que estimulam a grilagem de terra e combatem as populações indígenas, que são as principais guardiãs da floresta".
O deputado Nilto Tatto, do PT de São Paulo, presidente da Comissão e Meio Ambiente e um dos parlamentares que sugeriram a comissão geral, também alertou para a necessidade de o Parlamento discutir melhor consumo e distribuição de renda, em vez de destinar para petroleiras o dinheiro que poderia ir para a saúde e a educação.
"A agenda econômica da concentração de renda e da entrega do patrimônio brasileiro para o capitalismo internacional está sendo priorizada em detrimento da agenda da sustentabilidade".
Apesar das críticas, os participantes da sessão destacaram a vocação do Brasil para liderar internacionalmente a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Da parte do Governo Federal, Adriano Santhiago de Oliveira, do Ministério de Meio Ambiente, disse que o Brasil vem fazendo sua parte. Ele destacou a redução no desmatamento da Amazônia.
"Nós saímos de um patamar de mais 27 mil quilômetros quadrados de desmatamento em 2004 e reduzimos para, número de 2017, pouco mais de 6,6 mil quilômetros quadrados, o que é um número ainda muito grande".
Em discurso enviado ao Plenário, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, destacou a rapidez com que o Congresso aprovou o Acordo de Paris em 2016. A matéria tramitou por apenas três meses na Câmara e no Senado.