30/11/2017 18:40 - Saúde
30/11/2017 18:40 - Saúde
Debatedores ouvidos na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados divergiram sobre a crise financeira nas operadoras de planos de saúde de estatais. Participaram da reunião, entre outros, representantes de funcionários do Banco do Brasil e do Correios, atendidos pelos planos da Cassi e do Postal Saúde.
No sistema de autogestão, as empresas estatais federais custeiam em média 77% da mensalidade para os beneficiários. Hoje, as estatais têm em caixa R$ 7,5 bilhões para custear a saúde de 2 milhões de beneficiários. Segundo o Executivo, os gastos com planos de saúde cresceram 58% impulsionados, em grande maioria, pelo aumento da expectativa de vida e a assistência a ex-empregados.
Um marco regulatório para o setor é a saída para evitar maior endividamento dessas empresas, na visão do secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento, Fernando Soares. Ele falou da disparidade de gastos no modelo de autogestão e na saúde pública:
"A média ponderada de gastos per capita em assistência à saúde nas estatais está em R$ 8.681, dados de 2016. A média per capita de gasto do Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, da sociedade brasileira, é R$ 1.419. Então, a sociedade tem de decidir o que ela quer em relação a isso."
A deputada Erika Kokay (PT-DF), que solicitou o debate, contestou o secretário.
"Fazer uma comparação entre o gasto com plano de saúde de empresas que, em geral, têm sua autonomia econômica, com o SUS? O governo não pode fazer isso, porque ele congelou os recursos do SUS pelos próximos 20 anos."
Já o diretor da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), Anderson Mendes, reconheceu que a autogestão responde pelo maior déficit com planos de saúde. Mas, ele também disse que modelo pode ser auxiliar na redução de custos do SUS, em lugar dos Planos Populares, lançados recentemente pelo Ministério da Saúde com o objetivo de ampliar a cobertura à população.
"Se tem algum modelo que pode ajudar nesse custeio do SUS, ao contrário dos Planos Populares, que são bem controversos e implicam redução de acesso, do rol de atendimentos. As autogestões podem ser uma iniciativa, dentro de uma legislação que seja favorável."
Representante de funcionários assistidos pelo plano de autogestão da Cassi, Fernando Amaral negou que haja déficit operacional nessas empresas. Ele atribuiu os resultados negativos à contabilidade adotada pelo governo federal.
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