29/11/2017 20:35 - Segurança
Radioagência
Debatedoras pedem medidas de proteção às mulheres contra violência na internet
A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara realizou seminário para discutir a utilização da internet para prática de violência contra mulheres.
Participaram do seminário representantes do judiciário, de empresas de internet e de organizações de apoio às mulheres.
A representante da ONG SaferNet, Juliana Cunha, destacou que, em onze anos, a organização recebeu três milhões e oitocentas mil denúncias envolvendo racismo, homofobia, pornografia ou bullying.
Segundo ela, é preciso dar atenção especial para as adolescentes, porque entre as vítimas com menos de 17 anos, 80 por cento são mulheres.
Há um ano, a Universidade de Brasília desenvolve um projeto chamado Escola de App, que tem por objetivo mapear e prevenir a violência online contra meninas.
A coordenadora do projeto, Janara Souza, explicou que é preciso conhecer a realidade e garantir que as adolescentes possam usar a rede de forma segura.
"A gente discute a questão da violência, discute a questão do papel da mulher no mundo, discute a questão da segurança online e principalmente a gente ensina a programar aplicativos porque a nossa ideia é aproximar a mulher da tecnologia."
A procuradora da Ministério Público de São Paulo, Fabíola Sucasas, defendeu que os crimes cometidos pela internet não sejam vistos como de menor potencial ofensivo, uma vez que causam grande prejuízo para as vítimas.
"Reforçar a importância das medidas protetivas como instrumento de remoção de conteúdo, instrumento de apreensão desse conteúdo o que tem sido muito útil."
A coordenadora da bancada feminina, deputada Soraya Santos, do PMDB do Rio de Janeiro, afirmou que por se tratar de um problema novo, a violência pela Internet ainda precisa de tipificação penal para ser combatida de forma adequada.
"Ameaças virtuais, onde nós não temos nenhum escopo legal, nós não temos uma tipificação de uma ameaça virtual. O tráfico de mulheres, tudo isso que envolve a internet, o fake news e nós não estávamos preparados para isso."
A representante do Google no Brasil, Helena Martins, lembrou que apesar do grande volume de conteúdo do Youtube, 300 novos vídeos por minuto, a empresa mantém diretrizes onde não há publicação de conteúdo prejudicial ou perigoso, violento, ameaças ou apologia ao ódio. Em caso de ocorrências de vídeos com esses conteúdos qualquer internauta pode denunciar.
Segundo ela, as denúncias são analisadas pelo pessoal do Google, controladora do Youtube, e retiradas do ar se estiverem fora das diretrizes previstas pela empresa.
Já a representante do Facebook, Daniele Fontes, informou que a empresa adotou este ano uma ferramenta de proteção a imagens íntimas no Facebook, no Instagram e no Messenger além de ter criado o alerta de conta impostora, onde havendo clonagem de um perfil o dono do perfil original é imediatamente avisado.