Radioagência

As comissões de Desenvolvimento Econômico e de Relações Exteriores da Câmara promovem audiência pública nesta terça-feira (21) para debater os impactos da manutenção do acordo marítimo entre o Brasil e o Chile. O acordo, que vigora desde 1974, prevê que a carga transportada entre os dois países só pode ser feita em navios de bandeiras chilena ou brasileira.

O Ministério das Relações Exteriores anunciou que a Câmara de Comércio Exterior decidiu não renovar o acordo a partir de 2020 por considerar que ele reduz a competitividade. O prazo, segundo o governo, é necessário para garantir operações em curso.

Um grupo de deputados das duas comissões, porém, está preocupado com a restrição de horários e com o encarecimento dos fretes nos próximos dois anos. Porque isso, segundo eles, já vem ocorrendo. Um dos deputados, Jorge Côrte Real (PTB-PE), disse que o acordo deveria ser extinto logo:

"Hoje só duas empresas atuam nessa rota. Isso também é nocivo ao Brasil porque 15% dos navios são brasileiros e 85% são chilenos. O acordo também não cumpriu seus objetivos porque ele não estimulou a indústria naval dos dois países. Todos os navios que operam nessa rota, eles são de fabricação chinesa."

Vários ministros e representantes da indústria e do agronegócio foram convidados para a audiência sobre o acordo marítimo entre o Brasil e o Chile.