Radioagência

A Comissão de Legislação Participativa debateu os temas da permacultura, agroecologia e educação para sustentabilidade (nesta terça-feira, 10). A audiência foi proposta pelo deputado Glauber Braga, do Psol do Rio de Janeiro, interessado em conhecer experiências de desenvolvimento local sustentável:

"Eu quero ter a oportunidade de conhecer um pouco mais dos efeitos e da lógica da permacultura pra regiões atingidas por desastres climáticos severos. Eu sou de uma região no estado do Rio de Janeiro que é a mais vulnerável do Brasil, que teve a maior tragédia climática da história no ano de 2011."

A coordenadora de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Virgínia Lira, destacou que a permacultura já está prevista na legislação sobre a produção orgânica desde 2003, e que o ministério tem apoiado os núcleos de estudo de agroecologia e permacultura nas universidades. Ao todo, mais de 150 inovações tecnológicas já foram documentadas pelos pesquisadores.

Na audiência também foi apresentada a proposta da CSA – comunidade que sustenta a agricultura. É um novo modelo de produção de alimentos baseado na relação direta entre o produtor e os consumidores. A representante do movimento, Fabiana Peneireiro, explicou o modelo:

"A CSA é um chamado para essa co-responsabilidade de quem vive nas cidades, distante das atividades produtivas, a se aproximar e apoiar quem está produzindo alimentos de qualidade e cuidando dessa natureza. CSA é uma parceria, comunidade que sustenta a agricultura, essa parceria em que o agricultor deixa de vender seus produtos através de intermediários e os co-agricultores participam da produção, conhecem quem produz, onde é produzido esse alimento, né."

A permacultura surgiu na década de 1970 e reúne mais de quatro mil comunidades no mundo todo. As CSAs são um movimento bastante forte no Japão e na Europa. No Brasil são 60 CSAs, sendo 20 delas só no Distrito Federal.