11/10/2017 10:34 - Saúde
Radioagência
Em audiência na Câmara, deputados e especialistas analisam formas de prevenção ao suicídio
A Organização Mundial de Saúde estabeleceu uma meta de redução do número de suicídios em 10% até 2020. Estima-se que cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio no mundo anualmente, portanto, o atingimento da meta significaria 80 mil suicídios a menos por ano.
Para discutir quais ações estão sendo tomadas no Brasil para alcançar essa redução, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara realizou audiência pública com gestores de saúde, psiquiatras e do Centro de Valorização da Vida – o CVV.
A representante do Ministério da Saúde, Cinthia Lociks de Araújo, lembrou que, desde 2015, todos os anos o ministério chama a atenção da população para a prevenção ao suicídio através do Setembro Amarelo.
Para ela, é preciso combater o preconceito com informações para diminuir a subnotificação, que dificulta as ações públicas de combate ao suicídio. Cinthia Lociks destacou que o suicídio no Brasil é mais frequente na região sul e a taxa é mais alta entre os idosos:
"A população idosa, ela é particularmente vulnerável. Nós temos uma taxa de 5,7 por 100 mil para a população brasileira, como um todo. Mas ela é de quase 9 por 100 mil na população com 70 anos ou mais."
Segundo dados do Ministério da Saúde, nos municípios onde há um CAPS, Centro de Atenção Psicossocial, a taxa de suicídios diminui em 14%. Para o representante do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Eduardo Luiz da Silva, só é possível enfrentar o suicídio como o problema de saúde que ele é, se a população tiver acesso a um atendimento adequado:
"Enfrentar o suicídio como um problema de saúde pública necessariamente precisa repensar a saúde mental, o lugar da saúde mental, do trabalho da saúde mental e repensar a rede de serviço que está posta para tratar e dar atenção para essas pessoas."
A autora do requerimento para a realização da audiência pública, deputada Raquel Muniz, do PSD de Minas Gerais, afirmou que é preciso discutir esse tema junto à sociedade e com os parlamentares para que sejam desenvolvidas políticas públicas capazes de diminuir os índices de suicídio no país:
"Há uma preocupação enorme com a estatística apresentada aqui, o número de suicídios entre jovens, mas também com aquela população que está crescendo muito que é a população de idosos, que se sentem sozinhos. Então, há que se ter uma promoção também no que diz respeito ao lazer, à integração desses idosos também."
A representante do Centro de Valorização da Vida (CVV) Leila Herédia relata que, a cada 45 minutos, um brasileiro comete suicídio, que é a segunda causa de mortes entre os jovens de 15 a 29 anos.
Para ela, 90% deles poderiam ser evitados, com atendimento adequado nas escolas ou hospitais ou, ainda, através de uma boa conversa.
Para isso, existe esse serviço que atende todos os dias do ano, 24 horas por dia: O CVV, pelo telefone 188, para ligações gratuitas em alguns estados e pelo número 141 em todo o país. Para alcançar um número maior de pessoas o CVV passou a contar também com um serviço pela web que é o cvv.org.br