09/10/2017 07:30 - Assistência Social
09/10/2017 07:30 - Assistência Social
Um assunto tabu - pouco discutido, mas considerado um problema de saúde pública - será o tema de audiência pública da Comissão de Seguridade Social da Câmara nesta terça-feira (10): o aumento dos casos de suicídio e a necessidade de adoção de políticas preventivas.
De acordo com o Mapa da Violência divulgado no ano passado, entre os anos 2000 e 2012, o número de casos de suicídio aumentou mais de 30%, enquanto o de homicídio cresceu menos de 9%.
O aumento se deu principalmente entre os jovens. Em 2012, na população entre 15 e 29 anos os suicídios corresponderam a quase 4% das mortes violentas. O percentual é cinco vezes maior que o da população fora dessa faixa etária.
Segundo especialistas, um fator relativamente recente ajuda a explicar o aumento desses casos: a internet e a divulgação de conteúdos que induzem pessoas consideradas emocionalmente fragilizadas a tirar a própria vida ou se mutilar.
De acordo com o deputado Odorico Monteiro, do PSB do Ceará, um dos autores do pedido de debate sobre o assunto, é necessário examinar as causas da incidência para a elaboração de políticas públicas voltadas para a prevenção.
"Envolve vários problemas de saúde pública. Um deles é essa grande epidemia do século XXI: é a depressão. Nós precisamos entender que não é só o atendimento na área psicossocial, mas nós precisamos ter apoio de suporte, aí envolve a família, envolve a sociedade e envolve o Estado. Por isso que nós precisamos verdadeiramente da prevenção do suicídio como uma política pública."
Na Câmara, vários projetos em tramitação procuram facilitar a retirada de conteúdos considerados perigosos da Internet ou responsabilizar criminalmente quem induzir jovens ao suicídio ou à automutilação.
Estas propostas modificam principalmente o Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) e o Código Penal (Decreto Lei nº 2.848/1940) para punir os responsáveis por este tipo de conteúdo.
Mas especialistas recomendam levar a sério alguns sinais que podem significar risco iminente, principalmente para jovens, como passar muito tempo trancado no quarto, irritabilidade excessiva, uso de roupas de mangas compridas para esconder marcas, manchas vermelhas no rosto ou sinais de depressão.
Nesses casos, é preciso buscar ajuda e várias instituições estão à disposição. A mais conhecida é o CVV, o Centro de Valorização da Vida, que pode ser contatado pelo telefone 141 ou pelo site cvv.org.br.
Use esse formulário para comunicar erros ou fazer sugestões sobre o novo portal da Câmara dos Deputados. Para qualquer outro assunto, utilize o Fale Conosco.
Sua mensagem foi enviada.