Radioagência

O fechamento de agências de bancos públicos foi criticado [na última quinta-feira (5)], em audiência pública da Comissão de Integração Nacional da Câmara.

O presidente da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia, Sílvio Kanner Pereira Farias, disse que o fechamento de agências, especificamente do Banco da Amazônia, afasta as prioridades da instituição:

"O fechamento das agências do Banco da Amazônia tem um sentido. Que é o sentido de afastar o Banco da Amazônia das prioridades e exigências legais previstas, na política de desenvolvimento nacional e na lei que instituiu o fundo constitucional de financiamento do Norte."

O presidente da Comissão de Integração, deputado Valadares Filho, do PSB sergipano, lembrou da função social dos bancos públicos:

"Por que estão sendo fechadas as agências no Brasil? Causando desemprego, impacto profundo (...) em relação, principalmente, às famílias mais carentes, que tanto precisam disso? Isso tem impactado de forma direta no desenvolvimento regional do Brasil."

A deputada Erika Kokay, do PT do Distrito Federal, citou a importância do banco público e a diferença dele com o banco privado:

"Nós estamos falando de bancos públicos. Talvez, o mais profundo instrumento de interiorização deste País, de democratização deste País. (...) Bancos públicos e não bancos privados, que trabalham com retorno financeiro e não têm compromisso efetivo com a nação."

O presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Cleiton dos Santos Silva, concordou que as diretrizes dos bancos privados são diferentes dos bancos públicos:

"A busca pela rentabilidade nessas instituições [bancos privados] não é na agricultura familiar, não é no crédito estudantil, não é no crédito habitacional, e sim na especulação financeira. Através dos juros dos cartões de crédito e operações como o cheque especial."

O Ministério da Fazenda foi convidado para a audiência, mas não enviou representante para o debate porque avaliou que o fechamento das agências não era de competência da pasta. O presidente da Comissão de Integração, deputado Valadares Filho, lamentou a ausência e disse que o colegiado vai continuar monitorando a questão.