12/09/2017 15:56 - Economia
Radioagência
Ato público na Câmara lança Rede Parlamentar em Defesa da Soberania Energética e Nacional
Um ato público na Câmara dos Deputados lançou, nesta terça-feira (12), a Rede Parlamentar em Defesa da Soberania Energética e Nacional. A campanha quer evitar as privatizações da Eletrobrás e outras empresas de geração e distribuição de energia. A reforma do setor foi anunciada pelo governo federal em julho e ainda vai ser encaminhada ao Congresso.
Deputados federais e senadores querem atuar em conjunto com deputados estaduais e vereadores para evitar as mudanças, como explica a coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico Nacional, deputada Érika Kokay (PT-DF).
"Precisamos levar a defesa do Brasil para todos os legislativos deste país. Para os legislativos municipais, para os legislativos estaduais, para que nós possamos dizer que energia, energia não é mercadoria. Energia é soberania nacional. Energia é qualidade de vida. É bem-estar, é bem viver para a população brasileira. Energia é insumo fundamental para o desenvolvimento industrial, desenvolvimento agrícola desse país. Nenhum país, dos países mais ricos do mundo, coloca à venda sua soberania energética como este governo tem feito."
Entre parlamentares de partidos da base do governo, também há críticas. O deputado Júlio César (PSD-PI) questiona, por exemplo, a inclusão de companhias regionais, com a Chesf, do Rio São Francisco, na lista de empresas a serem privatizadas.
"Hoje como coordenador da bancada do Nordeste, eu sou obrigado a me posicionar a favor da minha região. É a região mais excluída, tem os menores investimentos, a renda per capita mais baixa do país, e nós precisamos é de mais investimento, mais presença do governo, mais eficiência do governo."
Representante dos trabalhadores das empresas do setor elétrico, Fabíola Latino, da Confederação Nacional dos Urbanitários, argumenta que essa é uma área que depende de investimento público.
"Todo o projeto de expansão pra geração de energia elétrica e transmissão já é feito via parceria público-privada, que a gente chama de xpe. E toda essa parceria tem dinheiro do BNDES envolvido. /Em alguns empreendimentos que as empresas privadas entraram sozinhas, elas desistiram do empreendimento ou devolveram a licitação que foi ganha ou então deixaram só a cargo da empresa estatal. Belo Monte Transmissora de Energia é isso, a questão de Santo Antonio do Jirau que sofreu atraso foi a privada que não entrou com recurso que tinha que entrar e no fim das contas quem leva o barco é a empresa estatal."
Presente ao lançamento da Rede Parlamentar em Defesa da Soberania Energética e Nacional, na Câmara, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Eduardo Borges da Silva, disse temer que as privatizações provoquem o aumento do custo da energia e a piora do serviço, prejudicando especialmente a população de baixa renda.