18/08/2017 16:11 - Saúde
18/08/2017 16:11 - Saúde
Participantes de audiência pública na Comissão do Esporte concordaram com a proposta que garante assistência psicológica continuada aos atletas profissionais, mas apontaram a dificuldade financeira dos clubes esportivos como empecilho para oferecer esse atendimento. A medida está prevista em projeto de lei em análise na comissão (PL 7683/17).
O pesquisador e advogado Cassio Barreiros alertou sobre o impacto financeiro desse tipo de regulação sobre os clubes.
"Uma regulação dessa natureza, uma tomada de decisão fora do mercado, no âmbito legislativo, vai impactar os clubes, que vão ser obrigados a arcar com o alto custo de um profissional da mente para esse tratamento permanente aos atletas profissionais, e o projeto de lei não prevê uma forma de custeio, como vai se dar a remuneração desse profissional. Meu receio é como isso vai impactar diretamente o torcedor, porque o clube chamado com esse recurso vai repassar, isso pode impactar no bilhete dos jogos, nas camisas de futebol."
O representante do Conselho Federal de Psicologia no debate, Pedro Paulo Bicalho, afirmou que a assistência psicológica a atletas pode melhorar a performance profissional.
"A psicologia é importante, em especial na construção de uma performance para melhor lidar com habilidades psicológicas imprescindíveis para o esporte, em especial a questão do foco, memória, atenção, controle do estresse, diminuição da ansiedade, mas parece que os dirigentes de clubes não querem perceber que colocam uma mentalidade de mercado como se fosse maior do que uma lógica de atendimento à saúde."
O debate foi requerido pelo presidente do colegiado, deputado Ezequiel Teixeira (Pode-RJ). Para ele, o ideal é que empresas privadas participem desse apoio à saúde mental do atleta.
"A saúde mental de um atleta é muito importante. Nós vimos aqui que, em nenhum momento, foi descartado isso. E todos verdadeiramente veem a necessidade de ter esse apoio, mas chegamos à conclusão que precisamos equacionar os gastos, os custos, dimensionar os tamanhos dos clubes. A ideia é trazer o debate, as dificuldades, os prós e contras para fazer uma lei justa. Alguém vai ter que pagar a conta e creio que não só o poder público, mas as empresas privadas poderão participar disso, o que seria excelente."
Após a análise da Comissão do Esporte, o projeto será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça.
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