02/08/2017 10:17 - Segurança
Radioagência
Policiais e bombeiros querem mais participação no Legislativo
Em encontro na Câmara, policiais e bombeiros discutiram como os militares podem ter mais representatividade na política. Eles querem aumentar o número de militares no legislativo – deputados estaduais, federais e senadores – nas eleições de 2018.
Os parlamentares se reuniram com a Associação Nacional das Entidades Representativas dos Policiais e Bombeiros Militares (ANERMB). Representantes de 16 estados brasileiros apresentaram o panorama da participação política dos militares em seus estados e chamaram a atenção dos deputados para a o alto índice de mortalidade desses profissionais.
Segundo o presidente da Associação, Leonel Lucas, foram mais de 300 policiais e bombeiros militares (ativos e inativos) assassinados em todo o Brasil somente este ano. Ele destaca que é preciso mais envolvimento dos militares nas comunidades e na política para mudar esse quadro de violência.
"Hoje, no estado do Pará matam mais policiais que no Rio de Janeiro, proporcionalmente. A gente está vendo que o agravante é que a política no Pará não está sendo voltada para os policiais militares. A gente está com essa preocupação muito grande e, também, o ponto principal é a política. Nós temos que estar envolvidos na política, porque basta do que está acontecendo hoje. Os políticos fazem o que fazem e ao policial militar só fica ali esperando com as mãos para trás. Nós temos que mudar, tirar as mãos de trás e se erguer contra tudo que está acontecendo hoje na política brasileira."
Além da representatividade política, eles discutiram temas relacionados a projetos em andamento no Congresso, assuntos como abuso de autoridade, reforma da Previdência e fim da prisão disciplinar. O deputado Capitão Augusto, do PR de São Paulo, falou sobre o andamento da criação do Partido Militar Brasileiro e sobre uma proposta de sua autoria, em análise no Senado, que prevê mudanças relacionadas aos direitos políticos dos militares:
"Nós temos um prejuízo muito grande de sair candidato. Se eu não me reeleger ou não quiser mais sair candidato eu não posso mais retornar à instituição e continuar trabalhando. É um prejuízo para nossa carreira – eu que ingressei como soldado, sou capitão e poderia sair como coronel não posso retornar para minha própria instituição para continuar trabalhando – sendo que todos os demais servidores públicos têm esse direito. Eles se reelegem e, depois, não se reelegendo, retornam para a instituição e continuam a sua carreira normalmente. E falei também da criação do Partido Militar Brasileiro, que também é uma bandeira política, não só para a política, mas para a questão da segurança pública."
Os participantes pretendem elaborar uma carta com o resultado das discussões do Encontro Nacional Associação Nacional das Entidades Representativas dos Policiais e Bombeiros Militares e apresentá-la aos parlamentares.