14/07/2017 13:16 - Direito e Justiça
Radioagência
Líderes governistas comemoram vitória na CCJ; já a oposição conta com a reversão do resultado no Plenário
Líderes governistas comemoram a vitória na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara quanto à derrubada da investigação de Michel Temer pela Procuradoria Geral da República. Já a oposição conta com a reversão do resultado no Plenário da Câmara. O vice-líder do governo, deputado Darcísio Perondi, do Rio Grande do Sul, deu o tom do novo fôlego para o Executivo:
"O governo encaminha sim pela verdade, pela justiça, pelo emprego, contra a fantasia e a ficção do Ministério Público. Viva o novo governo da esperança de Michel Temer."
Vice-líder do PSC na Câmara e líder do governo no Congresso Nacional, o deputado André Moura, de Sergipe, aproveitou o resultado da CCJ para criticar a postura da oposição:
"O pior cego que não quer enxergar é aquele que teve a oportunidade de enxergar no passado os erros, as mazelas e as corrupções de um governo que passou. E agora, de uma denúncia vazia, quer aqui dizer de forma contrária."
O vice-líder do PR, deputado Edio Lopes, de Roraima, defendeu o partido das acusações de apoio a Temer por troca de favores:
"Nós não somos bandos. E não fazemos isso apenas por uma imposição do colégio maior do nosso partido. Fazemos isso também por acreditarmos que as razões aqui expostas não são suficientes para a tomada de uma decisão de quase ruptura."
O vice-líder do PSDB, deputado Sílvio Torres, de São Paulo, quis deixar claro que, apesar de o relatório contra a investigação de Temer ter sido assinado por um colega de partido, cinco dos sete tucanos da CCJ eram favoráveis à continuidade das investigações:
"O deputado Paulo Abi-Ackel é muito respeitado e, certamente, conhecedor da matéria. Mas, o conteúdo do relatório não representa a maioria da bancada do PSDB nesta comissão."
Pela oposição, o vice-líder da Minoria, deputado Henrique Fontana, do PT gaúcho, disse que as provas contra Temer são claras e serão consideradas durante a análise do caso no Plenário da Câmara:
"Rocha Loures, Temer e Joesley combinaram diversas coisas que as provas indicam. A propina que a JBS combinou, ela começou a pagar na mala dos R$ 500 mil. Este Parlamento insiste em contrariar o bom senso."
O vice-líder do PSOL, deputado Chico Alencar, do Rio de Janeiro, criticou a tese de "ficção" da denúncia, defendida pelos governistas:
"Falou-se muito em ficção. O que se propõe é que não se investigue Temer. Temo que se queira canonizá-lo."
Vice-líder da Rede, o deputado Alessandro Molon, do Rio de Janeiro, desqualificou a vitória governista:
"Dos 40 (deputados) que votaram contra a denúncia, 12 entraram na comissão depois da chegada da denúncia à Casa. Ou seja, o resultado corresponde a uma manipulação feita pelo governo através de pressão sobre os líderes partidários. Portanto, é uma vitória falsa, artificial."
As duas votações desta quinta-feira foram realizadas com o quórum máximo de 66 deputados da CCJ.