12/07/2017 16:11 - Ciência e Tecnologia
12/07/2017 16:11 - Ciência e Tecnologia
Debatedores criticaram os cortes orçamentários na área de ciência e tecnologia, em comissão geral no Plenário da Câmara dos Deputados (nesta quarta-feira, 12).
Ex-ministro de Ciência e Tecnologia o deputado Celso Pansera, do PMDB do Rio de Janeiro, que propôs o debate, defendeu que os parlamentares aprovem dispositivo na Lei Orçamentária de 2018 proibindo o governo de contingenciar verbas para o setor.
"A ciência, que é tão estratégica quanto a educação e a saúde, porque sem ela não se tem futuro, porque sem ela não se pode apostar num País grande, do tamanho que o Brasil merece no futuro. Precisa também de um tipo dispositivo que garanta esse espaço, que garanta que não haja contingenciamento de orçamento. Este ano o governo fez um corte linear de 40% no orçamento de todos os ministérios, o que, na sua visão, demonstra que não tem uma estratégia clara de governo."
O presidente da Academia Brasileira de Ciências, o físico Luiz Davidovich, destacou que o orçamento para a área de ciência e tecnologia para este ano, de R$ 2 bilhões e meio, representa metade do valor de 2005 e 25% do orçamento para o setor em 2010. Segundo ele, o corte orçamentário atual afetará gerações futuras.
"Laboratórios estão sendo fechados, pesquisadores estão saindo do País e jovens estão desistindo da carreira científica em função dos cortes realizados e da paralisação de vários laboratórios em vários estados da federação. Então, esta é uma situação emergencial".
O deputado Hildo Rocha, do PMDB do Maranhão, foi o único a defender o corte orçamentário para o setor de ciência e tecnologia.
"Reduções orçamentária são medidas duras, que ninguém gosta de fazer, é verdade. Mas é a única saída para que o País possa crescer com sustentabilidade, sem falsas esperanças e sem promessas irreais. É difícil, mas não nos resta outra alternativa".
A maior parte dos debatedores defendeu que o País promova estratégia de desenvolvimento baseada no investimento em ciência e tecnologia. Foi o caso da presidente da SBPC, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader.
"Nós, brasileiros e brasileiras, não podemos permitir que este corte nocivo nos coloque a reboque do resto do mundo. Soberania é educação e ciência. Sem isso nós vamos ser realmente importadores de tecnologias."
Outros debatedores criticaram a fusão do Ministério de Ciência e Tecnologia com o de Comunicações, durante o governo Michel Temer.
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