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Em seminário na Câmara, parlamentares e expositores defenderem investimento regular e de valor fixo em Ciência e Tecnologia. O país que já teve avanços na área, tem perdido pesquisadores e regredido em pesquisa e inovação quando comparado a outros países.

O seminário promovido pela Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação teve como objetivo discutir a situação orçamentária do setor. Segundo o deputado Celso Pansera, do PMDB do Rio de Janeiro, com a crise econômica que o país atravessa, o setor, por não ter uma política de investimento fixo para Ciência, sofreu um "drástico" corte de verbas.

"A saúde e a educação tem um índice constitucional. O ideal é que nós tivéssemos alguma coisa desse estilo para a área de P&D e ciência. Que tivesse um índice, um valor, uma proporção do PIB, que não se mexesse. Se você já tem o orçamento, já separa ele para o setor. Para uma pesquisa você precisa de quatro, cinco, seis, dez anos para concluir, não dá para você fazer o investimento e não ter certeza que daqui a dois, três anos, você vai ter o dinheiro, muito menos daqui a dez anos".

Ainda segundo o deputado Pansera, há a perspectiva de que, em setembro, institutos de pesquisa ligados ao Ministério da Ciência e Tecnologia não terão orçamento para o restante do ano. Dados do Índice Global de Inovação indicam que o Brasil já perdeu 22 posições dentre 127 países, nos últimos 7 anos.

Mariano Laplane, presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, destacou que a falta de investimento pode comprometer o que foi construído. Para ele, agora é o momento de tirar proveito dos investimentos já realizados.

“Nós já estamos perdendo recursos humanos, jovens cientistas estão indo para o exterior, nós estamos perdendo capacidade de infraestrutura laboratorial porque não há recursos para a manutenção dos equipamentos que quebram. Estamos perdendo, estamos ‘desinvestindo’. (..) Porque a tarefa de aproveitar a ciência para colocar o Brasil num patamar de desenvolvimento que ele precisa estar não está concluída. Nós fizemos um esforço de décadas, mas devemos continuar. Porque é isso que os países com os quais nós concorremos no mercado mundial estão fazendo. Então se a gente parasse já estaria recuando, andando de marcha ré, é muito pior”.

Para chamar atenção para o tema e sensibilizar as pessoas da necessidade de mais investimentos no setor, será realizada também uma comissão geral na Câmara nesta quarta-feira.