11/07/2017 20:43 - Segurança
Radioagência
Febraban e empresas de vigilância pedem mais controle sobre explosivos para reduzir ataques a caixas eletrônicos
Representantes da Febraban e de empresas de vigilância concordam que é preciso que o Estado tenha mais controle sobre o transporte de explosivos como forma de reduzir os ataques a caixas de autoatendimento de bancos.
Eles participaram de audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara.
A comissão discute Projeto de Lei (PL 6737/16) que determina que as instituições financeiras incluam nos caixas eletrônicos meios para inutilização das cédulas de dinheiro em caso de explosão.
O representante da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores, Odair Conceição, afirmou que manchar as notas é combater o efeito, e que é preciso combater a causa que é o acesso fácil dos bandidos aos explosivos.
"Muito mais importante do que se aprovar um dispositivo desse, que vai trazer alguma dificuldade, mas o volume enorme de ATMs no Brasil inteiro, até que um processo desse se implemente são anos e anos de investimento que a sociedade que vai pagar a conta. Agora, hoje, o que é que se pode fazer? É controlar melhor esses explosivos que estão sendo utilizados na destruição desses ATMs, na destruição dos carros-fortes, na destruição das empresas de transporte de valores, porque dali está sendo subtraído dinheiro que está alimentando o resto do crime."
O representante da Federação Brasileira de Bancos, Febraban, Leandro Vilain, defende a adoção de penas mais severas para ações que envolverem o uso de explosivos e armamentos pesados, além de ações coordenadas de combate ao crime organizado.
"O segundo ponto são as ações de inteligência junto aos estados. Nós, cada vez mais, acreditamos que os estados, a Polícia Civil, a Polícia Militar juntamente num trabalho coordenado com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, Ministério da Justiça e Polícia Federal podem encontrar resultados muito melhores do que soluções simplistas de colocar um equipamento no ATM."
Para o deputado Julio Lopes, do PP do Rio de Janeiro, as informações trazidas na audiência vão ajudar os deputados a se decidirem pela aprovação do relatório que já foi apresentado, mas ainda não foi votado.
Julio Lopes afirmou que é preciso encontrar outros mecanismos de proteção aos caixas eletrônicos porque diante do poder de explosão apresentado pelos criminosos os mecanismos de inutilização das notas já presentes em alguns terminais não são eficientes.
"A explosão em função da sua capacidade, da sua tonicidade é tão grande que ela explode a agência inteira, o equipamento inteiro, antes que haja tempo de as notas serem entintadas ou que as notas fossem inutilizadas."
Dados da Febraban mostram que existem no Brasil 23 mil agências e 170 mil terminais de autoatendimento, e assaltos a caixas eletrônicos no interior do país ou mesmo em cidades grandes vem aumentando bastante nos últimos anos.