21/06/2017 16:59 - Ciência e Tecnologia
21/06/2017 16:59 - Ciência e Tecnologia
O Brasil corre o risco de inaugurar a nova estação Comandante Ferraz na Antártica em março de 2018 e não conseguir mandar pesquisadores para usar os novos laboratórios. De acordo com Andrei Polejack, do Ministério da Ciência e Tecnologia, não existem recursos previstos para o lançamento de edital de pesquisa científica para o ano que vem.
Em evento da Frente Parlamentar Mista de Apoio ao Programa Antártico Brasileiro na Câmara (nesta quarta-feira, 21), o presidente em exercício da Casa, deputado Fábio Ramalho, disse, porém, que os deputados vão buscar os recursos necessários. A deputada Maria Helena (PSB-RR) afirmou que também será necessário garantir a liberação dos recursos para este ano:
"Porque se pesquisar, produzir resultados científicos, num ambiente favorável, normal, já é difícil; imagine no continente antártico. E como a pesquisa brasileira é da maior importância, estes resultados são da maior importância não só para o Brasil, mas para o mundo. Nós precisamos investir também na pesquisa. E nós temos hoje 300 cientistas no continente antártico, desenvolvendo pesquisa."
A antiga estação Comandante Ferraz pegou fogo em 2012 e, desde então, com a ajuda da frente parlamentar, vêm sendo destinados recursos para a pesquisa brasileira com o suporte das estações de outros países e dos próprios navios da Marinha. Segundo Andrei Polejack, o Brasil é um dos 29 países com direito a voto sobre o futuro do continente antártico, mas uma das condições é a manutenção das pesquisas. 59 países fazem parte do Tratado Antártico.
A nova estação tem 4.500 metros quadrados, 2 mil a mais que a antiga, justamente para contar com mais laboratórios. A empresa chinesa que está construindo a estação, ao custo de pouco mais de R$ 300 milhões, deve começar a montar os dois prédios em outubro, no início do verão antártico, como explica Polejack:
"Vão ser 14 laboratórios construídos com uma tecnologia de ponta do que há de melhor no mundo para pesquisa polar. Os equipamentos já estão dentro do contrato. Então a gente está só esperando ficar tudo pronto, a comunidade científica está só aguardando para poder usar os equipamentos e laboratórios."
Entre as pesquisas realizadas no continente antártico, Polejack destaca estudos sobre mudanças climáticas e sobre a biodiversidade local. O chamado fungo azul estudado por cientistas brasileiros pode ser eficaz no combate ao vírus da dengue. Outros organismos que conseguem sobreviver a baixas temperaturas podem ser eficientes no desenvolvimento de produtos para proteção contra raios ultravioleta.
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