Radioagência

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, informou nesta quarta-feira (24) que ainda não decidiu sobre os pedidos de impeachment do presidente Michel Temer.

"Não posso avaliar uma questão tão grave como essa num drive thru, não é assim. Quanto tempo se discutiu e se passou a crise do governo Dilma? As coisas não são desse jeito, então temos que ter paciência. Estão dizendo que eu engavetei. Não tomei decisão e não é uma decisão que se tome da noite para o dia e esse tem sido o meu comportamento. De muita paciência, calma, tentando construir uma agenda de superação da crise econômica".

Maia reafirmou o que já tinha dito em pronunciamento na segunda-feira (22), no qual havia falado que a presidência da Casa não seria instrumento para desestabilização do governo.

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de inquérito contra Temer. A Procuradoria-Geral da República apura denúncias dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS e outras empresas. As suspeitas são de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução à Justiça.

As presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e União dos Estudantes Brasileiros Secundaristas (Ubes), Carina Vitral e Camila Lanes, entregaram ao presidente Rodrigo Maia documento com 220 mil assinaturas que pede a renúncia de Temer e a convocação de eleições diretas para a presidência da República.

"A gente vive uma grave crise política no País que se iniciou com uma ruptura institucional no impeachment da presidenta Dilma. Estamos afundando nessa crise, de atalho em atalho, com impeachment ilegal, com eleições indiretas, acabamos afundando o País em uma crise".

Já são 12 os pedidos para o impeachment do presidente da República, Michel Temer, protocolados desde a quarta-feira (17), segundo a Secretaria Geral da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Caberá a Maia a análise da admissibilidade desses pedidos.