24/05/2017 17:13 - Segurança
Radioagência
Base brasileira na Antártica será reinaugurada em março de 2018, diz comandante da Marinha
Em março do ano que vem será reinaugurada a base brasileira na Antártica, que foi destruída num incêndio em 2012. A informação é do comandante da Marinha, almirante de esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que apresentou à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional os principais projetos estratégicos da Marinha. Segundo ele, o primeiro dos quatro submarinos convencionais em construção será lançado em julho do ano que vem.
O custo total do programa de submarinos alcança 32 bilhões de reais, dos quais 14 bilhões já foram gastos. O orçamento inclui o submarino nuclear brasileiro, que tem previsão de começar a ser construído em 2020 e lançado ao mar em 2027. Também estão sendo construídos um estaleiro e uma base naval em Itaguaí, que segundo o comandante da Marinha, não deve abrigar apenas submarinos, mas ser base de outros navios.
"Nós estamos já estudando essa possiblidade, porque está se construindo uma grande capacidade de construção de submarinos e nem sempre estaremos interessados em ficar construindo submarinos. Então temos que construir outros navios, precisamos de outros navios e o que está sendo instalado ali nos permite que a gente pense nisso."
Já a construção das corvetas de classe Tamandaré são uma necessidade. Elas são a evolução da corveta Barroso, atualmente em operação. O tempo médio de duração de um navio é de 25 anos. Os do Brasil passaram dessa idade. O almirante Eduardo Leal Ferreira cita como exemplo a fragata classe Niterói, que está no Líbano comandando uma força-tarefa de seis navios. É a única força-tarefa marítima das Nações Unidas em atividade, isso já há 5 anos.
"O navio está lá brilhando no Líbano. Impecável. A gente olha para o navio porque a gente tem muito orgulho de cuidar bem dos navios. O navio está bonito, impecável. Funciona, mas ele tem 40 anos de idade. Navio que foi feito para 25 anos tem 40. E assim são todos os navios de superfície. E vai acabar nossa força de superfície e nós não temos navios para isso. Para substituí-los, é preciso que construamos mais navios."
O Brasil já teve 18 navios de escolta. Hoje tem pouco mais da metade. O programa de quatro corvetas visa atenuar o problema, segundo o comandante Leal Ferreira.
"Nós precisaríamos de cerca de 700 milhões de reais por ano para tocar ele para a frente."
Segundo o comandante Leal Ferreira, a Marinha poderia se reaparelhar se recebesse orçamento de 3,2 bilhões de reais por ano. Em 15 anos, segundo ele, o Brasil teria a Marinha que precisa ter. Atualmente, a força recebe em média 2,3 bilhões de reais anualmente.
A deputada Bruna Furlan, do PSDB de São Paulo, autora do requerimento, afirma que o ministro das Relações Exteriores, Aloísio Nunes Ferreira, também será ouvido.
"Nós entendemos que não há diplomacia sem um braço militar e não há como resolver os conflitos sem a diplomacia. Portanto, Relações Exteriores e Defesa Nacional caminham juntas."
A audiência pública faz parte de um calendário de encontros com os comandantes das três forças. Na semana passada a comissão recebeu o comandante da Aeronáutica, tenente brigadeiro do ar Nivaldo Rossato, e, na semana que vem, deve ser ouvido o comandante do Exército.