Radioagência

A proposta é sobre o FGTS, mas a discussão é política. Do lado do governo, o apelo para que os trabalhos continuassem foi feito pelo deputado Pauderney Avelino, do Democratas do Amazonas:

"Eu apelo à oposição, nesse momento nós temos que voltar à normalidade e dizer sim às matérias que vão poder fazer o país voltar a crescer. Pelo bem do povo e da necessidade do país."

O deputado Pepe Vargas, do PT do Rio Grande do Sul, rebateu:

"A questão é outra: nós vamos estabelecer aqui nesse Plenário um processo de obstrução política, porque o atual governo de Michel Temer não tem legitimidade."

A oposição cumpriu o que prometia: obstruiu todo o trabalho, apresentando uma série de requerimentos. Com eles rejeitados, o governo indicou que tinha maioria. O deputado José Carlos Aleluia, do Democratas da Bahia, disparou contra a oposição:

"Eu não sei como os partidos ditos trabalhistas vão justificar que estão votando contra o trabalhador, a medida permite a correção do índice e a autorização para o trabalhador poder sacar os recursos, a oposição está partindo para um embate político e contra o trabalhador.”

A resposta da oposição veio pelo deputado Henrique Fontana, do PT do Rio Grande do Sul:

"É fácil, quando formos votar o mérito, vamos votar a favor. E como vai explicar ao trabalhador como que ele não vai poder votar em eleições diretas, porque os deputados desse Plenário aqui querem fazer eleições indiretas num acordão aqui dentro, é fácil explicar."

De fato, o mérito da proposta para saques do FGTS de contas inativas foi aprovado por unanimidade. O cronograma fica mantido. A partir de 16 de junho, quem nasceu em setembro, outubro e novembro poderá sacar dinheiro das contas inativas do FGTS. A partir de 14 de julho, vai ser a vez de quem nasceu em dezembro. Mas, com um detalhe, a lei vence em junho. Se até lá o Senado não aprovar o texto, os trabalhadores que nasceram entre setembro e dezembro correm o risco de não conseguir fazer os saques.