22/05/2017 20:12 - Política
Radioagência
Oposição critica fato de Maia defender continuidade das votações da agenda econômica
Após o pronunciamento do presidente Rodrigo Maia nesta segunda-feira (22), o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) criticou o fato de Maia defender a continuidade das votações da agenda econômica na Câmara e não analisar os pedidos de impeachment de Temer.
"O que desestabiliza o País não é a instalação de uma comissão de impeachment, mas ter alguém que usa a presidência da República para obstruir a Justiça, para praticar a corrupção passiva, e para integrar uma organização criminosa, portanto, a desestabilização do Brasil está sentada na cadeira da Presidência da República. Ao fazer isso, ele se coloca contra o Brasil que não suporta mais impunidade, sobretudo do principal mandatário, isso não pode contar com a conivência do presidente da Câmara"
O vice-líder do PMDB, deputado Carlos Marun (MS), defendeu a continuidade das votações na Câmara para manutenção da agenda legislativa.
"Hoje o presidente (Temer) nos coloca a necessidade que nós avancemos na agenda legislativa. Ele está preocupado com medidas provisórias que podem estar perdendo sua validade nos próximos dias, havia discutido um pouco antes com a equipe econômica a questão do Refis, a ideia é avançar porque o Brasil não pode parar e não vai parar"
O líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), afirmou que a oposição vai obstruir todos os trabalhos até que o presidente Michel Temer renuncie ao cargo.
"O governo não tem nenhuma condição de continuar funcionando. As denúncias em torno do episódio são gravíssimas. O Temer tem que renunciar, tem que sair do governo e a forma mais rápida é a renúncia. Vamos fazer uma obstrução permanente com objetivo de que não se vote nada na casa, até que se resolva esses problemas"
O líder do DEM, deputado Efraim Filho (PB), defendeu nesta segunda-feira (22) a continuidade das votações das matérias econômicas pelo Congresso, além de afirmar que o partido continua na base de sustentação do governo, embora reconheça a gravidade da crise política.
"A decisão, por enquanto, é o Democratas permanecer na estabilidade da base do governo. Acredito que é hora de o Congresso Nacional ter consciência que existem duas agendas, que são importantes para o Brasil. A agenda da Lava jato, das investigações, que pertencem ao Supremo Tribunal Federal, e a agenda econômica de fazer o Brasil retomar o rumo do desenvolvimento, voltar a crescer e recuperar os empregos perdidos e essa é uma agenda que pertence ao Congresso Nacional. É hora de transparência, reconhecer que o momento é delicado, que as denúncias são fortes, e a resposta a isso tem que ser rápida. E acho que ninguém mais interessado que o governo a fazer"
Ainda nesta segunda-feira, Psol, Rede e PSB anunciaram uma representação no Conselho de Ética contra o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) por quebra de decoro parlamentar. Rocha Loures foi citado pelo empresário Joesley Batista, que negocia delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. O deputado supostamente teria favorecido o grupo J&F, que controla a empresa JBS e várias outras, a pedido do presidente da República, Michel Temer. Loures foi assessor especial de Temer de outubro de 2016 até março deste ano.