02/05/2017 18:20 - Educação
02/05/2017 18:20 - Educação
O problema da educação pública brasileira abrange tanto os alunos, quanto os professores, analisou a especialista em educação, Ana Angélica Gonçalves Paiva.
Ela esteve presente na Comissão Especial que discute a perenidade do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O encontro ocorreu na última quinta-feira (27) e foi solicitado pela deputada Raquel Muniz (PSD-MG). Ana Angélica afirmou que, além da evasão escolar, a qualidade do ensino também é uma questão a ser resolvida.
"É um aluno que chega com muita defasagem. Se fizermos filtro exigente não teremos alunos. Eles chegam deficientes de várias competências básicas, principalmente em termos de linguagem e raciocínio lógico."
Outro problema levantado pela especialista é em relação ao interesse das pessoas na carreira de professor. Ana Angélica acredita que é preciso mais valorização nessa área.
"Poucos jovens estão escolhendo serem professores. Muitos que completam o curso não têm a meta de ser professor e ir para sala de aula."
A especialista acredita que a proposta (PEC 15/15), que torna o Fundeb permanente, pode mudar esse cenário. A ex-secretária municipal de Educação de Montes Claros, Sueli Nobre, também compactua desse ponto de vista.
"Eu acredito que a educação deve ter qualidade em qualquer nível, pois envolve pessoas. Se envolve pessoas nós temos um compromisso com elas. Não podemos ofertar algo mais ou menos, temos que dar o nosso melhor."
Montes Claros possui 35 mil estudantes matriculados no ensino fundamental. Desses, 19 mil já foram beneficiados com atividades exercidas a partir de recursos repassados pelo Fundeb.
Já o secretário municipal de Educação de Mirabela, Jonatas Gonçalves Rêgo, afirmou que os municípios menores não recebem o investimento necessário para aprimorar a educação. A cidade, também localizada no interior de Minas Gerais, recebeu do Fundeb cerca de R$ 380 mil em janeiro de 2016. Esse montante vem caindo com o passar do tempo.
"Os recursos passados para os municípios pequenos são muito importantes, mas não é o suficiente para cobrir a folha. A gente acaba fazendo complementação com nossos recursos próprios."
Criado para vigorar até 2020, o Fundeb utiliza recursos federais, estaduais, do Distrito Federal e dos municípios para financiar a educação básica. O texto determina que a União complemente o valor do piso salarial dos profissionais da área quando o estado não conseguir pagar o valor fixado. Além disso, proíbe a supressão ou diminuição dos direitos já existentes.
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