27/04/2017 19:10 - Direitos Humanos
27/04/2017 19:10 - Direitos Humanos
Frente Parlamentar de Combate ao Bullying e a Outras Formas de Violência quer chamar atenção de parlamentares para o problema. Em seminário sobre o assunto, o coordenador do grupo, deputado Roberto de Lucena (PV-SP), destacou o número crescente de suicídios de crianças, adolescentes e jovens devido ao bullying. Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que o suicídio é a segunda causa de morte dos 15 aos 24 anos. Roberto Lucena defendeu o debate permanente sobre o bullying.
"A missão é chamarmos a atenção diariamente não apenas em eventos, na maioria das vezes dramáticos, que chamam a atenção da mídia, que chamam a atenção dos pensadores da sociedade, para um determinado fato e de repente com o passar do tempo, vão se fechando as cortinas, apagando-se os holofotes e os temas vão sendo esquecidos, as pessoas vão se transformando em números e viram estatísticas e se perdem no horizonte"
O pedagogo Benjamin Horta, diretor da Ong Abrace, comemorou a proposta da frente parlamentar. Ele avalia que o grupo vai incentivar a promoção de políticas públicas de combate ao bullying.
"Promover ações que venham capacitar educadores, pais e especialistas de forma geral e principalmente promover uma saúde no ambiente escolar. Sabemos que o bullying afeta em curto, médio e longo prazo o desenvolvimento bio-psico-social do aluno e é fundamental que a proposta da escola seja não só a transmissão de conhecimento, mas acima de tudo o desenvolvimento de todas as potencialidades do aluno, sendo uma delas o convívio"
A psicóloga Lis Soboll alertou para a necessidade de prestar auxílio não só às vítimas do bullying, mas também a quem o pratica.
"O problema do bullying é na verdade a ponta do iceberg que anuncia uma crise dos valores da sociedade, dos valores morais, da família e uma crise na relação com o outro. Eu não tenho mais esse outro pra confirmar quem eu sou. Essa pessoa que pratica o bullying está buscando o olhar do outro pela violência. Não raras vezes, esse aluno que pratica o bullying recebe muito mais atenção da diretoria, ele tem atendimentos individuais, ele vira uma referência, ainda que negativa, uma referência na escola, e recebe um olhar. É melhor existir como aquele que está fazendo coisas erradas do que não existir nas relações"
A Frente Parlamentar de Combate ao Bullying conta com a participação de 212 deputados e 15 senadores.
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