05/04/2017 14:24 - Política
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"Garantir vagas para as mulheres nos altos cargos de grandes empresas é aproveitar o conhecimento das mulheres e garantir desenvolvimento econômico para os países." A afirmação foi feita pela deputada portuguesa Elza Pais, durante a Conferência da Rede de Mulheres Parlamentares da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa que está sendo realizada na Câmara.
Elza Pais destacou o exemplo de Portugal, que, através de uma lei aprovada em 2006, conseguiu aumentar a participação feminina para 33 % dos deputados. Agora, os deputados estudam a adoção de uma nova lei que amplie esse percentual também para empresas estatais:
"As nossas culturas têm se organizado de forma a desperdiçar o saber das mulheres. As mulheres são muito qualificadas, tem muito saber. E nós não podemos nos dar ao luxo, na crise econômica e financeira que o mundo atravessa, de desperdiçar o saber das mulheres."
A presidente da Rede Mulher da Assembleia, deputada Rosângela Gomes, do PRB do Rio de Janeiro, afirmou que todas as discussões realizadas até agora demonstram a importância e a necessidade de mais mulheres ocupando os espaços de poder:
"Porque enquanto as mulheres não se despertarem que o espaço de poder é o lugar que nós definimos as políticas que nós queremos para nossas vidas, então, todos os outros setores da sociedade, eles ficarão capengas. Porque se eu for falar do campo da saúde, do campo do empreendedorismo, da violência doméstica, tudo isso é ausência de representação."
A gerente de programas da ONU Mulheres, Ana Carolina Querino, destacou a importância do empreendedorismo, que é uma forma de dar às mulheres mais poder sobre suas vidas, mas a maioria das mulheres ainda enfrenta muitas dificuldades para ampliar sua ação empresarial. Ela destacou a atuação de políticas públicas na redução dessas dificuldades:
"A gente tem uma iniciativa que é a criação dos microempreendedores individuais, que concede incentivos e que faz com que, além de poder facilitar a formalização e garantir uma proteção para a mulher empreendedora, só uma ação como esta que representa uma das barreiras enfrentadas pelas mulheres no empreendedorismo, só isso fez com que entre 2009 e 2014 aumentasse em 800% a quantidade de microempreendedoras formalizadas."
Mas, Ana Carolina defende ainda igualdade de salários como forma de garantir condições adequadas de vida para as mulheres. Segundo dados da ONU, a diferença salarial média entre homens e mulheres é de 27%. No Brasil é de 30% e pode chegar a 40% no caso de comparação entre homens brancos e mulheres negras.
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