Radioagência

A Câmara dos Deputados está sediando a Conferência da Rede de Mulheres Parlamentares da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A Assembleia, instituída em 2007, é o órgão da Comunidade que reúne as representações dos parlamentos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Até quarta-feira, serão debatidos temas relacionados a mulheres e que são comuns em todo o mundo, como a desigualdade de gênero, o empreendedorismo feminino e a representação das mulheres nos parlamentos.

A presidente da Rede de Mulheres da Assembleia Parlamentar da CPLP, deputada Rosângela Gomes, do PRB do Rio de Janeiro, ressaltou que o Brasil precisa avançar muito na representatividade das mulheres na política.

"Nós vivemos num estado democrático de direito, mas não existe democracia aonde os homens são fortes e as mulheres são enfraquecidas. Nós temos um parlamento que é 90% masculino e 10% feminino. A gente está muito atrasado no que tange ter participação feminina no parlamento."

O secretário de Comunicação da Câmara, deputado Márcio Marinho, do PRB da Bahia, lembrou que da Conferência devem surgir propostas de legislação capazes de reduzir as desigualdades entre os sexos.

"A partir dessa Conferência certamente que será retirado um documento, esse documento certamente irá virar propostas e depois virarão leis tanto no Brasil como nos países que estão aqui participando dessa Conferência. É evidente que essas propostas passarão pela cota de mulheres nos parlamentos. Nós temos vários países que já estão na frente do Brasil, infelizmente, na questão de cotas no parlamento. "

A deputada de Cabo Verde, Dalia Benholiel, destacou que entre 2001 e 2016 o número de mulheres no Poder Legislativo daquele país aumentou de 21% para 23,6%, mas ela garante que está sendo feito um trabalho principalmente junto às mulheres mais novas para que elas ocupem cada vez mais espaço na política.