03/04/2017 19:20 - Direitos Humanos
03/04/2017 19:20 - Direitos Humanos
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias apresentou relatório que denuncia violações dos direitos humanos cometidas pela Samarco, após o rompimento de barragem da empresa, em Mariana, interior de Minas Gerais. O desastre ocorreu em novembro de 2015 e prejudicou milhares de pessoas.
O relatório foi assinado pelo deputado Padre João, do PT de Minas Gerais. Na época, ele era o presidente da comissão e esteve à frente da investigação desde o início. O parlamentar mineiro destacou as principais denúncias:
"A violação dos direitos humanos é desde o acesso a água potável às atividades econômicas dos agricultores familiares, até a própria reativação econômica das comunidades; pessoas com problemas de moradia; o próprio direito de usufruir no dia-a-dia das construções, dos fatos sociais."
Padre João lembrou, ainda, que a tragédia fez com que as pessoas perdessem o contato umas com as outras, pois cada um procurou abrigo em locais diferentes e, por isso, ficaram dispersas. Outro motivo de preocupação, segundo o deputado, é em respeito à saúde dos moradores da região. Muitos desenvolveram doenças de pele por causa da água contaminada, ou por causa da lama e não possuem dinheiro para tratamento.
A tragédia de Mariana ocorreu em 5 de novembro de 2015 quando uma barragem da mineradora Samarco se rompeu. Além de Mariana, a lama tóxica destruiu os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu e afetou a bacia do Rio Doce. Dezenove pessoas morreram e mais de trinta municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo sofreram impactos ambientais.
Ainda de acordo com o deputado Padre João, o poder público é omisso ao desastre.
"É um pouco assustador, pois a gente estava com mais segurança com o Ministério Público. Hoje as famílias estão ainda numa situação de vulnerabilidade maior, pois o judiciário - que tinha que garantir a justiça - tem tomado decisões favoráveis às empresas."
O relatório aponta, também, que as mulheres foram as mais afetadas. A maioria das pessoas que não têm complementação de renda é do sexo feminino. Elas estão, também, privadas de atividades econômicas.
Ainda de acordo com a equipe técnica da Câmara, a indenização paga pela Samarco é insuficiente para que as famílias reorganizem suas vidas pessoal e profissional. Dessa forma, o desemprego tomou conta da região. A íntegra do relatório está disponível no site da Câmara dos Deputados.
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