15/03/2017 19:12 - Relações Exteriores
15/03/2017 19:12 - Relações Exteriores
A Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha as ações para encontrar os 12 brasileiros desaparecidos nas Bahamas realizou audiência pública nesta quarta-feira para discutir o assunto com representantes da polícia federal.
O grupo desapareceu em novembro do ano passado ao realizar a travessia entre as Bahamas e os Estados Unidos.
Desde janeiro a Polícia Federal atua na Operação Piratas do Caribe, colhendo provas para tentar encontrar o paradeiro dos brasileiros desaparecidos.
Os delegados reclamam que por não ser tipificada como crime a ação dos coiotes, pessoas que facilitam a entrada ilegal nos Estados Unidos, a prática é muito difícil de ser combatida.
Até agora, uma pessoa foi presa em Ji-Paraná e duas em Governador Valadares (MG).
Para a delegada e chefe da Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal, Diana Calazans, é preciso tipificar esse tipo de ação o mais rapidamente possível, já que essas prisões só foram possíveis porque os suspeitos realizaram outros crimes como falsificação e suborno, o que permitiu a ação da PF.
"O simples fato do auxílio para imigração irregular, ele não é tipificado como crime e isso gera uma grande dificuldade para a polícia, mesmo assim, nesse caso, como havia notícias de outros crimes relacionados foi instaurado o inquérito e a Polícia Federal fez um esforço concentrado para tentar resolver isso da forma mais rápida possível."
O presidente da comissão, deputado Reginaldo Lopes, do PT de Minas Gerais, afirmou que será apresentado um projeto de lei criminalizando a ação dos coiotes.
Para Lopes, a legislação atual é voltada para o patrimônio e quando se trata da defesa dos direitos humanos o processo é todo muito burocrático.
"É que de fato nós precisamos mudar a legislação. É uma vergonha o Brasil não criminalizar coiotes. O coiote vende um sonho, o sonho da América que, na verdade se transforma em pesadelo porque nós temos milhares presos nos EUA. De 2011 a 2016 calcula-se que 500 mil brasileiros entraram nos Estados Unidos ilegalmente."
Reginaldo Lopes informou que a comissão vai ouvir agora os familiares das vítimas para conhecer as dificuldades que estão sendo enfrentadas por eles na busca de informações sobre seus parentes desaparecidos.
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